A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Universidade Federal Lavras (UFLA) ficou em 2,51% no mês de fevereiro. Em janeiro, esse índice atingiu o patamar de 2,33%. Desde junho de 2012, vem sendo registrado uma tendência de alta, atingindo seu pico em dezembro daquele ano, quando ficou em 2,98%. Essa tendência se mantém nos dois primeiros meses de 2013.
De acordo com o professor Ricardo Reis, coordenador do Índice, tal tendência poderá afetar a política de juros, cujo efeito é mais imediato no controle do consumo. “Tudo leva a crer que o problema de nossa economia está na falta de investimentos, visando estimular a produção e sua competitividade, buscando um equilíbrio no mercado; ressalta-se que a previsão da safra agrícola desse ano deve ser recorde, o que deve influenciar os preços dos alimentos para baixo”.
Em fevereiro, as altas de preços ficaram concentradas nos alimentos in natura (9,27%), produtos industrializados (8,39%), vestuário (9,62%), higiene pessoal (8,32%) e transporte (0,32%). Segundo Ricardo Reis, o IPC da UFLA só não foi maior devido à queda nos preços das bebidas (-9,30%), dos alimentos semielaborados (-3,31%) e dos bens de consumo duráveis (eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis e informática), cuja queda média foi de 1,60%.
O grupo educação e saúde teve uma variação de preços em fevereiro de 0,03%, e as demais categorias pesquisadas se mantiveram estáveis no mês: serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha), despesas de moradia e de lazer.
Avaliando os grupos do IPC da UFLA que tiveram as maiores altas em fevereiro, destacam-se: batata (20,69%), tomate (33.6%), couve-flor (27,33%), abacate (59,39%), laranja (58,92%), açúcar (5,23%), trigo e derivados (pão, macarrão, etc.), ervilha (27,82%), sardinha (43,9%) e ketchup (28,52%). Os alimentos semielaborados seguraram em parte a alta dos alimentos, principalmente o feijão (-1,66), carne bovina (-6,41%) e pescados, com queda de -12,56%. No grupo alimentos in natura, a exceção foi a alta do arroz, de 8,19%. No geral, os alimentos ficaram mais caros em fevereiro 3,19%.
A alta do setor de transporte ficou localizada nos aumentos dos combustíveis e da tarifa de transporte urbano coletivo. Apesar das promoções da moda verão, as despesas com vestuário foram influenciadas pelos aumentos médio dos preços das roupas íntimas, incluindo vestuário de praia e de blusas e calças a base de algodão.
O custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas passou a custar R$403,97 em fevereiro, com queda de 1,58% em relação ao valor de janeiro, R$410,48. Ao contrário do grupo alimentos do IPC, que levanta os preços de mais de 90 itens, essa cesta básica é composta de 17 produtos, sendo que as quedas nos preços do feijão, da carne bovina, ovos e café foram as que mais influenciaram seu valor no mês.