A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da UFLA ficou em 1,04% no mês de março. O resultado é mais ameno em comparação com o final do ano passado, quando o IPC apresentou alta mais acentuada. As promoções da moda verão-outono seguraram os preços, assim como as bebidas, mas os alimentos – principalmente os produtos in natura – pressionaram o índice para cima.
Entre os onze grupos que compõem o IPC da UFLA, as maiores altas ficaram concentradas nos setores de higiene pessoal (1,45%), despesas com material de limpeza (1,0%), vestuário (4,12%) e alimentos, com aumento de 1,84%.
De acordo com o coordenador da pesquisa, professor Ricardo Reis, as tradicionais liquidações da moda e as promoções de bebidas (com queda média de -10,29) influenciaram o baixo índice. “A alta verificada no grupo vestuário está praticamente localizada no início das vendas da moda inverno. E, se não houvesse promoções de verão, as despesas com vestuário teriam ficado em 14,12%”, ressaltou.
Principais aumentos
Durante o último mês, os produtos in natura subiram 11,74%. Os semielaborados tiveram uma queda de 0,38% e os industrializados ficaram mais caros, em média, 5,19%. As maiores altas nessas categorias foram as do tomate (61,39%), batata (21,58%), pimentão (29,25%), do inhame (22,41%), frutas em geral, trigo e derivados (10,17%), ketchup (28,81%), ervilhas (22,9%) e mortadela (32,3%). Os preços dos chocolates e bombons permaneceram estáveis, apesar da páscoa. Mas o grupo dos alimentos foi em parte segurado pelas quedas do feijão (-5,08%) e das carnes bovinas (-7,76%) e suínas (-0,09%). Já o arroz sofreu um aumento de 7,5% no mês.
Entre as demais categorias pesquisas pela UFLA, os bens de consumo duráveis (eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis e informática) ficaram em média mais baratos (queda de 3,18%), enquanto educação e saúde apresentaram aumento de 0,03% e as despesas de transporte ficaram mais caras em 0,32%. E as despesas com moradia, lazer e serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha) se mantiveram estáveis.
Cesta básica
O custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas aumentou 1,73% em março, passando a custar R$410,96. Em fevereiro, seu valor era de R$403,97. O professor Ricardo Reis afirma que, mesmo com a desoneração de impostos de alguns itens dessa cesta de alimentos, a alta está associada a outros fatores de mercado. Características dos produtos (como perecibilidade), da produção (sazonalidade, variações na qualidade, clima) e do consumo (hábitos alimentares e mudanças de comportamento da sociedade) influenciam o custo para o consumidor.
Com a alta de março, o IPC da UFLA já acumula um aumento de 5,98% no ano e deverá superar a meta de inflação definida pelo governo, cuja margem superior é de 6,5%.
Confira aqui a notícia sobre o IPC de fevereiro.