A renda do produtor rural apresentou ligeira alta, de 0,50%, nos primeiros meses do ano (janeiro a abril). O fato foi impulsionado pelo aumento nos preços das hortaliças (42,65%) e dos laticínios (0,98%) durante o período, calculado pelo Departamento de Administração e Economia da UFLA (DAE).
Mensalmente, a equipe coordenada pelo professor Renato Fontes coleta e divulga o Índice de Preços Recebidos (IPR), referente à venda dos produtos agrícolas, e o Índice de Preços Pagos (IPP), sobre os insumos gastos pelos produtores rurais, no sul de Minas Gerais. Em abril, os dois índices aumentaram em relação a março: o IPP, em 0,23% e o IPR, em 2,15%.
Café, leite e hortaliças foram os produtos que tiveram aumentos significativos no último mês. O grupo das hortaliças destacou-se, com alta de 11,85%, puxado principalmente pela elevação do preço da laranja (23,08%), cebola (31,43%), rabanete (35,21%) e couve-flor (22,73%). Para o professor Renato Fontes, essa elevação no preço dos hortifrúti reflete as alterações do clima, responsáveis pela queda na produção e consequente falta dos produtos. Além disso, tais hortaliças são consideradas substitutas em relação a outras verduras que tiveram os preços aumentados no passado (tomate, por exemplo), o que afeta a disponibilidade no mercado.
O único grupo com queda de preços no mês foi o dos grãos, com baixa de -4,03%. O milho foi um dos principais influenciadores, pois teve queda de -7,20%. A pesquisa considera que o incremento da colheita do cereal, que ocorre no período, ocasionou a diminuição. O mercado vem sendo abastecido cada vez mais pela nova produção, gerando uma oferta excessiva e pressão para que os preços caiam. Esse declínio acompanhou as cotações médias de todo o território nacional.
O IPP apresentou aumento de 0,23%, e todos os grupos que compõem o IPP apresentaram ligeira elevação de preços. O grupo do café e hortifrútis apresentaram alta de 0,07% cada um; o grupo dos grãos, 0,03%; e o grupo do leite, 0,51%.