O Projeto Vozes da África ampliou suas ações extensionistas em Moçambique. A convite da Escola Superior de Desenvolvimento Rural (Esuder), de Vilancoulos, norte de Moçambique, o professor da Universidade Federal de Lavras (UFLA) Gilmar Tavares participou do evento anual “3ª Jornadas Científicas-2017”, promovido pela Esuder, coligada à Universidade Eduardo Mondlane.
Foram realizados vários seminários sobre Tecnologias Socioambientais, desenvolvidas, testadas e aprovadas pela Agroecologia e focadas na Agricultura Familiar, bem como em suas correlações com o pequeno produtor e com os programas de segurança alimentar sustentáveis.
Durante o evento, foi criada a primeira Unidade Experimental Participativa (UEP) regional, que será unidade rural funcional (machamba) para o desenvolvimento participativo e difusão das tecnologias socioambientais sustentáveis, ou seja, economicamente viáveis, ecologicamente corretas, socialmente justas, culturalmente adequadas, tecnologicamente apropriadas e cientificamente comprovadas. Esta UEP recebeu o nome de “UEP Sr. Azarias”.
Gilmar conta que Azarias é um pequeno produtor familiar local que permitiu que sua “machamba” fosse utilizada como unidade agroecológica participativa. Para desencadear a difusão participativa das tecnologias socioambientais sustentáveis, iniciou-se o trabalho com um minhocário experimental e produção de biofertilizantes e compostagem, tendo o professor PhD. Hélio Cuamba, da Esuder, como focal-point e orientador.
Outro evento significativo foi a aprovação da pré-proposta para a criação na Esuder, do primeiro curso strictu-sensu de Agroecologia, em nível de mestrado. O professor PhD. Joaquim Vicente Uate foi indicado como coordenador.
Além disso, o professor Ednilton T. de Andrade, coordenador de Pós-Graduação em Engenharia Agrícola da UFLA se prontificou em participar da comissão mista UFLA/ESUDER, que apresentará o projeto definitivo ao governo federal moçambicano. A elaboração da proposta já está em construção participativa.
Vozes da África
O Projeto Vozes da África atua desde outubro de 2016 no sul de Moçambique, na localidade de Muzumuia e adjacências, em parceria com a ONG-Fraternidade Sem Fronteiras, desenvolvendo atividades de Agroecologia e Segurança Alimentar.
Atua também na República Democrática do Congo, originariamente em parceria com a ABC/MRE, com frentes de trabalho em Goma (Universidade ULPGL), Maniema (ONG-Solidariedade Feminina) e Kinshasa (Instituto INERA).
Em 2012, 60 professores e técnicos congoleses foram capacitados presencialmente na UFLA em Agroecologia, Agricultura Familiar e Extensão Universitária Inovadora. Desses, três continuaram os estudos na UFLA em nível de Pós-Graduação. Dois mestrandos e um doutorando.Todos concluíram seus respectivos cursos com sucesso e já retornaram à RD Congo, para impulsionar o desenvolvimento daquela nação carente.
No Repositório Institucional da UFLA estão disponibilizados quatro trabalhos extensionistas resultantes do apoio da UFLA ao projeto:
- Filtre à eau agroécologique http://repositorio.ufla.br/handle/1/15217;
- Quelques contes Afrique ; http://repositorio.ufla.br/handle/1/11156
- Validação científica e viés extensionista para a Ecofossa http://repositorio.ufla.br/handle/1/15481
- “Biofertilisation et compostage: performance de l’application de biofertilisants en RD Congo et compléments à propos du compostage et biofertilizants au Brésil”: http://repositorio.ufla.br/handle/1/28146