IPC da Ufla registra deflação

A taxa de inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC), do Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA), ficou em -0,19% no mês de março. Desde setembro de 2005, que o IPC da UFLA não registrava variação negativa de preços, ou seja, deflação. A pesquisa comparou os preços entre os dias 16 de março e 16 de fevereiro de 2009.

Explica o prof. Ricardo Reis, coordenador da pesquisa, que “deflação é a queda do nível geral de preços, ou seja, o inverso da inflação, não implicando que os preços de todos os produtos e serviços que compõem o índice tenham caído. Na deflação, o que cai é a média dos preços pesquisados, conforme sua ponderação (cada preço tem um peso no IPC). Afirma o professor que a “deflação está associada a diversas causas, como a queda no poder aquisitivo, do consumo e dos investimentos e, na atual conjuntura econômica, às incertezas dos consumidores e dos trabalhadores quanto ao futuro da economia nos próximos meses”.

A deflação de março para o consumidor ficou localizada basicamente no grupo alimentação, sendo a categoria que mais influencia o IPC, ou seja, o que tem o maior peso no índice. Os alimentos ficaram, em média, mais baratos, 1,69%. Por segmentos, os produtos in natura caíram 0,73%, os semi-elaborados, -2,83% e os alimentos industrializados, queda de 0,78%. Os principais destaques foram às quedas de alimentos básicos à população brasileira, como o feijão (-6,5%), o arroz (-1,22%), a carne bovina (-4,42%), a carne de frango (-2,86%), os derivados do milho, como o fubá (-2,88%) e a farinha de milho (-2,17%) e o tomate (-2,17%). A pesquisa também identificou que a maioria das frutas ficou mais baratas em março, a exemplo da goiaba, maça, pêra e manga. Já o melão, mamão e melancia tiveram altas de preços no mês.

Os outros setores pesquisados pelo DAE/UFLA tiveram as seguintes variações de preços em março: bebidas (1,37%), higiene pessoal (0,66%), material de limpeza (0,69%), despesas de com vestuário (1,18%), bens de consumo duráveis – eletrodomésticos, móveis e informática (1,1%) e educação e saúde, alta de 0,02%. Não se identificaram aumentos, na média, dos setores serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha) e gastos com moradia e lazer.

Os itens que compõem o grupo transporte tiveram, em média, também uma queda de 0,16% em março. A cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas teve uma variação negativa de 2,13 % em março, com custo de R$361,54.  Em fevereiro, seu valor era de R$369,41. Em 2009, o custo dessa cesta de alimentos já caiu 2,75%.

Ainda, segundo o prof. Ricardo Reis, caso não houve essa queda nos alimentos, a inflação de março seria próxima a 0,1%.

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