A profa. Maria das Graças Cardoso, do Departamento de Química da UFLA, participou de uma audiência pública da Comissão Extraordinária de Integração ao Parlamento do Mercosul, realizada ontem na Assembléia Legislativa de Minas Gerais. O assunto ganhou repercussão e foi divulgado pelo “Assembleia Informa”, pelo “Estado de Minas” e pelo “Minas Gerais”.
A reunião, coordenada pelo deputado Antônio Júlio, teve como objetivo discutir a adequação dos produtores mineiros de cachaça aos padrões fitossanitários da Comunidade Europeia e a proibição do uso de utensílios de cobre na produção alimentícia, determinada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O encontro foi motivado pelo relato de dificuldades enfrentadas pelos produtores para exportar a cachaça artesanal, devido ao teor de cobre registrado no produto, acima do tolerado pelos países europeus.
Além disso, foram consideradas as reportagens do jornal Estado de Minas, publicadas em agosto, que abordavam a Resolução 20/2007 da Anvisa. O periódico chamou a atenção para os perigos do metal na elaboração da cachaça. Entretanto, os convidados apresentaram argumentos que contrariam o que foi divulgado.
A professora Graça destacou que “não há respaldo científico para acabar com os alambiques de cobre”. Ela apresentou dados de uma pesquisa feita pelo Núcleo, entre 2005 e 2010, que realizou testes em 727
amostras de cachaças artesanais mineiras. Apenas 76 registraram teor de cobre maior do que o permitido pela Anvisa, que é de 5 mg por litro.
Além disso, a pesquisadora ressaltou que a substância encontrada na bebida não prejudica a saúde, pois não se apresenta na forma metálica.