As propostas para a instituição do consórcio das universidades federais sediadas nas regiões sul e sudeste de Minas foram entregues ao ministro da Educação, Fernando Haddad, em evento nesta segunda-feira, dia 25, no auditório do Ibama, em Belo Horizonte. Essas propostas constituem o Plano de Desenvolvimento Institucional do Consórcio (PDIC), que contém os objetivos e as diretrizes das universidades consorciadas para o quinquênio 2011-2015. O documento também foi repassado ao governo de Minas, representado pelo secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Evaldo Ferreira Vilela.
A cerimônia reuniu os reitores das sete universidades que integram o consórcio e diversas autoridades. Estiveram presentes os reitores Luiz Cláudio Costa, da UFV, coordenador do consórcio; Henrique Miranda Chaves, da Federal de Juiz de Fora; Renato de Aquino Faria Nunes, da Federal de Itajubá; Paulo Márcio de Faria e Silva, da Federal de Alfenas; Antônio Nazareno Mendes, da Federal de Lavras; Helvécio Luiz Reis, da Federal de São João del Rei; e João Luiz Martins, da Federal de Ouro Preto.
Com a institucionalização do consórcio será possível a integração acadêmica nas áreas de ensino, principalmente no que se refere a mobilidade estudantil, pesquisa e extensão. Outra vantagem dessa atuação conjunta será a conquista de maior eficiência na captação e aplicação de recursos, e o estabelecimento de parcerias para atuação nas áreas de inovação e novas tecnologias e desenvolvimento social e em outras áreas estratégicas, visando ao desenvolvimento institucional e à capacidade de apresentar propostas para a solução de problemas sociais de Minas e do País.
O Consórcio reúne 239 cursos de graduação, oferece mais de 13 mil vagas e atende a mais de 48 mil alunos matriculados na graduação presencial. Na pós-graduação, oferece 145 programas, sendo quatro com conceito 7, máximo definido pela Capes, três com conceito 6 e outros 20 com conceito 5, todos considerados de excelência. São mais de três mil alunos de mestrado e 1.700 de doutorado. As sete universidades reúnem 4.390 docentes e 5.968 técnicos administrativos.
Implantação da matrícula cruzada para permitir que alunos façam disciplinas entre as consorciadas; realização de treinamentos em novas tecnologias de pesquisa e ensino; formação de um banco de assessores e consultores; troca de experiências e contribuição para capacitar pessoal de outra instituição. Outro ponto de convergência é a criação do Centro de Estudos Avançados, uma estrutura presente em grandes academias e fundamental para pensar estratégias para a ciência, ensino e cultura.
Para possibilitar que os alunos se matriculem interinstitucionalmente em uma das setes universidades a serem consorciadas, o grupo de Assistência Estudantil está desenvolvendo políticas que viabilizem esses trâmites inclusive para aqueles discentes que possuem vulnerabilidade socioeconômica. A Assistência é a responsável por ser gestora dos equipamentos sociais que garantem a permanência dos alunos no ensino superior.
Uma das mudanças mais significativas propostas é a uniformização do processo seletivo entre as sete consorciadas. Além disso, será sugerida a criação de um Núcleo de Estudos Pedagógicos, que dentre outras funções, analisaria a criação de novos cursos nas diferentes áreas do conhecimento relacionado as potencialidades das diversas regiões das instituições. As universidades consorciadas pretendem ainda criar cursos curso de Bacharelado Interdisciplinar em Ciência e Tecnologia e em Artes e Design com ciclos complementares profissionalizantes.
As consorciadas pretendem criar um Centro de Estudos Avançados visando à integração, ao fortalecimento e à expansão da pesquisa e da pós-graduação e a melhoria da inserção internacional da pesquisa brasileira. Pretende-se ainda criar programas de pós-graduação compartilhados em áreas estratégicas e mecanismos de cooperação entre os programas. As universidades também pretendem desenvolver projetos e formação de núcleos de estudos prioritariamente nas áreas de nanotecnologia, bioenergia, biodiversidade, meio ambiente, sustentabilidade, fitoterápicos e educação. Deverão ser criados centros de pesquisa em áreas estratégicas compartilhando infraestrutura de laboratórios.
A proposta é realizar através de um corredor cultural, a circulação e intercâmbio de grupos e artistas das universidades. Pretende-se também unir esforços para realizar projetos de extensão nas áreas de gestão de resíduos e de ações voltadas para políticas públicas.
A iniciativa pioneira da criação do Consórcio das Universidades do Sul-Sudeste de Minas Gerais surge da constatação de que essas instituições apresentam características comuns e complementares que facilitam sua associação. A localização geográfica e a proximidade entre elas é fator preponderante para a criação do Consórcio, uma vez que esta é a única região do Brasil que possui sete universidades separadas por um raio de cerca de 200 quilômetros. Além disso, segundo dados do Ministério da Educação, todas as instituições oferecem cursos de qualidade. Os cursos de graduação estão bem situados no Índice Geral de Cursos (IGC) com valores entre quatro e cinco, e pós-graduação avaliada como excelente pela Capes, inclusive em nível internacional.