Uma das bandeiras de campanha do governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, foi a criação e gestão do Fundo Estadual do Café, como política para o fortalecimento de uma das atividades econômicas mais estratégicas do Estado. Visando à sua constituição, representantes de distintos segmentos da cadeia agroindustrial do café se reuniram para debater a origem e destino do fundo setorial, na quinta-feira (29), na Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Cidade Administrativa, em Belo Horizonte.
Depois de apresentados relatos de experiências em outras culturas, foram criadas duas comissões para elaboração de um projeto estruturador para a constituição e destinação do Fundo. A comissão que tratará das aplicações potenciais e estratégicas para o Fundo ficou sob a coordenação do gerente executivo do Polo de Excelência do Café (PEC), sediado na Universidade Federal de Lavras (UFLA), Edinaldo José Abrahão. Participa também desta comissão o professor do Departamento de Administração e Economia (DAE/UFLA), Luiz Gonzaga de Castro Júnior. A comissão que tratará da constituição do Fundo ficou sob a coordenação de Francisco Maurício Barbosa Simões, coordenador da Assessoria Jurídica, da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg).
As comissões serão constituídas por representações e lideranças regionais presentes na reunião, que teve a coordenação do secretário adjunto da Seapa, Paulo Romano. Participam da discussão sobre o Fundo Estadual do Café representantes da Secretaria da Fazenda, Emater/MG, Faemg, Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Associação Brasileira da Indústria do Café (ABIC), Sindicafé/MG, Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), UFLA, Centro de Excelência de Viçosa e Polo de Excelência do Café. Representantes das cooperativas de cafeicultores também serão consultados.
A justificativa para criação do Fundo pode ser avaliada pelos números. Em Minas Gerais são cerca de 100 mil produtores de café, responsáveis pela metade da produção nacional, com a geração de 500 mil empregos direitos e cerca de 1,5 milhão de empregos indiretos. Do ponto de vista industrial, são consumidas no Estado cerca de três milhões de sacas.
Durante a reunião, o gerente do PEC, Edinaldo Abrahão reforçou a necessidade de serem instituídas políticas públicas que contribuam para o avanço da cafeicultura mineira, não apenas com a criação de um fundo de socorro ao endividamento do setor. Destacou a importância de se tratar de um fundo que promova a competitividade da cadeia como um todo, evitando prioridades segmentadas. “Não podemos ficar olhando para o retrovisor. Somos a maior cafeicultura do mundo e devemos apoiar a transformação do conhecimento historicamente acumulado para o desenvolvimento econômico e social de todos os elos do sistema agroindustrial do café mineiro”, afirmou.