Pesquisadores e profissionais que trabalham com a cultura do café estão reunidos em Araxá-MG, para o VII Simpósio de Pesquisa dos Cafés do Brasil, que teve início nesta segunda-feira, 22 de agosto, e segue até quinta-feira (25). O maior evento realizado pelo Consórcio Pesquisa Café tem como instituições anfitriãs e organizadoras a Universidade Federal de Lavras (UFLA), Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG), com o apoio da Embrapa Café. O reitor da UFLA, professor Antônio Nazareno Guimarães Mendes, participou da cerimônia de abertura, além de uma delegação da UFLA com cerca de 100 participantes entre professores, estudantes e bolsistas.
Os pronunciamentos deram ênfase à fase vivenciada pelo Consórcio e que foi sintetizada no tema desta edição: “Articulação em redes de pesquisa e novas fronteiras do conhecimento”. O presidente da Embrapa, Pedro Arraes, evidenciou a necessidade de dar um foco prioritário ao Consórcio, com a criação de uma agenda estratégica para os próximos anos. Para ele, as pesquisas devem atentar para resultados finalísticos para atender a gargalos do setor. Para atender aos novos desafios de mercado, ressaltou a importância de se buscar parcerias público-privadas, em atendimento a uma demanda crescente por inovação.
Em nome das instituições organizadoras do evento, o presidente da Epamig, Antônio Lima Bandeira, fez um resgate dos princípios e inquietações que deram origem e nortearam a criação do Consórcio. Em sua avaliação, o Consórcio deve ser tema de reflexão de todas as instituições parcerias, o que exige uma discussão sobre o papel deste arranjo inovador e exemplar. Ressaltou a importância da Embrapa Café como gestora deste modelo, bem como da maior participação de cada instituição fundadora nos direcionamentos do Consórcio.
Presente na cerimônia, o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, enfatizou a importância do café para o Estado, lembrando a recente criação do Fundo Estadual do Café e Fórum do Café, programas de governo que visam a políticas públicas sustentáveis para o setor.
A palestra de abertura foi proferida pelo professor associado e coordenador do Núcleo de Gestão em Agronegócio da Fundação Dom Cabral (FDC), Alberto Duque Portugal, que apresentou algumas macrotendências para a cafeicultura. Em sua avaliação, as mudanças enfrentadas pelo setor também influenciam o direcionamento das pesquisas, que deveriam se pautar, entre outras demandas, para ampliar o conhecimento sobre a biotecnologia, nanotecnologia e microeletrônica aplicadas em produtos e processos tecnológicos. Destacou ainda o investimento em inteligência coletiva e gestão do conhecimento, sobretudo, com o uso de redes sociais para articular os diferentes segmentos da cadeia produtiva.