No mês de agosto, a taxa de inflação estimada pela Universidade Federal de Lavras (UFLA) ficou negativa em 0,64%, ou seja, houve deflação; no mês passado, o índice de inflação foi de 0,03%. Como explica o professor Ricardo Reis, coordenador da pesquisa, “deflação é o inverso da inflação, não implicando que os preços de todos os produtos e serviços que compõem o índice tenham caído”. Na deflação, o que cai é a média dos preços pesquisados, conforme sua ponderação (cada preço tem um peso no IPC).
O professor afirma que a deflação de agosto ficou localizada em vários setores da economia, desde os alimentos, cuja queda média foi de 0,14%, como as despesas com material de limpeza (-3,8%), gastos com higiene pessoal (-0,16%), vestuário (-2,85%), bens de consumo duráveis – eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis e informática, com redução nos preços de 3,16% e despesas com transporte, cuja queda foi de 0,11%.
No mês de agosto, a deflação dos alimentos ficou localizada nos produtos in natura (1,88%) e nos industrializados (1,08%). Já os alimentos semielaborados tiveram alta de 1,26%.
Entre os principais alimentos que tiveram queda em agosto, destacam-se: batata (6,81%); vagem (4,57%); alho (17,42%); quiabo (16,39%) e cebola (15,56%). De uma maneira geral, as frutas tiveram alta no mês. Entre os produtos in natura, a pesquisa identificou principalmente quedas nos preços da carne de frango (4,55). Já o arroz teve alta de 2,34% e a carne suína, aumento médio de 6,81%. E entre os produtos industrializados, as maiores quedas ficaram nos seguintes itens: farinha de trigo, fubá, polvilho, macarrão, margarina, mortadela, presunto e palmito.
Além disso, as promoções da moda inverno foi outro setor pesquisado que ajudou a segurar a inflação de agosto. O prof. Ricardo explica que de cada R$100,00 gastos por um consumidor, R$27,00 são com alimentos e R$14,80 com despesas de vestuário. Praticamente quase a metade do orçamento dos consumidores são gastos com estas duas categorias. E os últimos indicadores de inadimplência indica um nível preocupante no pagamento das prestações, o que leva o varejo a reduzir os preços.
Apesar do comportamento de baixa da maioria dos preços dos alimentos, o custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas teve uma alta de 1,21%. Em julho, seu valor foi de R$ 368,50 e no mês de agosto, esta despesa subiu para R$ 372,96. Os maiores aumentos foram do açúcar, arroz, derivados lácteos e carne suína.