A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Universidade Federal de Lavras (UFLA) ficou em 0,86% no mês de junho e é a mais alta taxa do ano. Em maio, esse índice havia sido de 0,07%. O custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas teve alta de 1,97% em junho, passando a custar R$402,54. Em maio seu valor era de R$394,73.
De acordo com o professor do Departamento de Administração e Economia (DAE/UFLA) Ricardo Pereira Reis, coordenador da pesquisa, essa alta de preços ao consumidor foi provocada principalmente pelas despesas com vestuário, cujo aumento médio foi de 4,23%, alimentos, variação de 0,96% e material de higiene pessoal, com acréscimo de 0,86% no mês. São levantados mensalmente cerca de 7.700 preços de 227 itens, divididos em 11 grupos.
Segundo o professor, o que chamou atenção foram às altas acumuladas do feijão e do arroz nos últimos doze meses (julho/2011 a junho/2012). De acordo com a pesquisa do IPC da UFLA, o feijão ficou mais caro para o consumidor 59,95% e o arroz se valorizou no varejo, 13,89%. No período de um ano, a taxa de inflação da UFLA teve alta de 3,64%.
Como justificativa para a alta, o estudo apresenta a quebra da safra de feijão nos últimos meses, devido à estiagem nas principais regiões produtoras (Bahia e Sul de País). O preço do arroz foi afetado pela baixa remuneração em comparação com a soja e com o milho, desestimulando o plantio, afirma o professor Ricardo.
Entre os alimentos que tiveram aumento médio de 0,96% no mês de junho, a maior alta aconteceu nos produtos industrializados (2,63%), destacando-se os aumentos dos derivados do milho e do trigo. Os alimentos in natura ficaram em média mais caros 1,6%, puxados pelo tomate (6,93%), batata (7,51%), cebola (17,05%) e uva, com aumento de 8,99% no mês. Os alimentos semielaborados ficaram mais baratos 0,81%, devido às quedas no preço das carnes, tanto a bovina, a suína e a de frango.
Os demais setores pesquisados pela UFLA tiveram as seguintes alterações: bebidas (-1,68%), material de limpeza (-0,07%), bens de consumo duráveis – eletrodomésticos, eletroeletrônicos, móveis e informática (-0,62%) e educação e saúde, com queda de 0,02%. Já as despesas com moradia, transporte, lazer e serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha) não tiveram, em média, alterações de preços em junho.