Cibele Aguiar
Nessa quarta-feira (18), o reitor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), professor José Roberto Scolforo, convidou os comandos locais de greve (docentes e técnicos administrativos) para reunião no Salão dos Conselhos da Universidade, tendo como pauta os argumentos técnicos e políticos da proposta de carreira dirigida aos professores das universidades federais. Em sessões distintas, Scolforo relatou os dados e pontos de vista apresentados na terça-feira (17), em reunião dos reitores com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, realizada na Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
A reunião em Brasília reforçou a interlocução da Andifes na apresentação de aspectos conceituais do documento, sendo alguns pontos já flexibilizados pelo ministro para apresentação de contraproposta, como os critérios de progressão na carreira (regras definidas pelo MEC e exigência de 12 horas/aula) e a composição do grupo de professores titulares.
A Andifes reconhece que a apresentação da proposta pelo governo representa um avanço no debate, e que deve haver por parte dos professores a análise e proposição de sugestões para a adequação do documento.
Para o presidente da Andifes, professor João Luiz Martins (reitor da Universidade Federal de Ouro Preto – UFOP), existe na proposta do governo consonância com pontos conceituais que a Associação defende, mas ressalta que os reitores centralizam o debate nos aspectos acadêmicos e não nos financeiros, no sentido de construção de uma nova carreira que auxilie no crescimento da universidade do século 21, com expansão, excelência e internacionalização, conforme proposta apresentada pela Andifes em abril de 2012.
Em seu depoimento, Mercadante defendeu a proposta de carreira e reajuste aos professores, colocando em evidência os eixos que valorizam a titulação, dedicação exclusiva e regime de progressão por mérito. O ministro também apresentou uma série de dados que limitaram a proposta, como as restrições fiscais impostas pelo quadro econômico internacional.
Na reunião, os reitores também pediram atenção do Governo no sentido de estabelecer interlocução com os técnico-administrativos, que não foram contemplados na proposta. O ministro assumiu um compromisso pessoal de, após o encerramento da greve dos professores, levar o debate para dentro do Governo. Aloizio Mercadante alertou que tanto a conclusão das negociações, bem como a análise da demanda dos técnicos, precisam ser apressadas em função dos prazos legislativos para aprovação do orçamento de 2013.
A Andifes se colocou à disposição para colaborar com o debate e formulação da proposta para acelerar a negociação entre o movimento sindical e o governo, sobretudo, no sentido construtivo de apresentar sugestões de aprimoramento.
Durante a reunião na UFLA, que contou com a presença de pró-reitores e assessores, o professor Scolforo também manifestou disposição para prestar esclarecimentos a toda comunidade acadêmica, reforçando a posição de apoio à valorização do servidor, elemento fundamental para a construção de uma universidade pública de qualidade.
Além do ministro Aloizio Mercadante, participaram da reunião na Andifes o secretário executivo do MEC, José Henrique Paim, o secretário de Educação Superior (Sesu), Amaro Lins, o presidente do Inep, prof. Luiz Cláudio Costa, e o presidente da Capes, prof. Jorge Guimarães.