A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da UFLA ficou em 0,93% no mês de agosto, apresentando-se como o mais alto índice do ano. Em julho, essa taxa havia sido de 0,59%. O aumento na inflação foi devido basicamente pelas despesas com higiene pessoal, material de limpeza e vestuário, de acordo com o professor Ricardo Reis, coordenador da pesquisa. As altas nesses setores chegou a 9,35%, 7,97% e 4,67%, respectivamente.
O mercado consumidor esperava que o preço das carnes alavancasse a alta – devido aos aumentos nos preços do milho e da soja, provocados pela seca nos EUA. No entanto, segundo Ricardo Reis, a alta dessas commodities ainda deve atingir o bolso do consumidor em setembro, afetando principalmente os preços do frango e suíno. E outra expectativa de alta é o repasse ao consumo dos recentes aumentos no preço do feijão.
Os alimentos tiveram uma queda média de 0,52%, influenciados pelos produtos semielaborados, cujo valor médio caiu 5,93%. De modo geral, as carnes (bovina, suína e pescados) ficaram mais baratas, exceto a de frango, cuja alta foi de 2,82%. Também ficaram mais baratos para o consumidor os preços do arroz e do feijão.
Já os alimentos in natura ficaram mais caros (5,97%), puxados pelos preços do tomate (39,15%), pimentão (33,69%), cenoura (30,93%), couve-flor (21,84%) e limão (18,25%). Entre os industrializados, que ficaram 3,43% mais caros, destacam-se os aumentos da farinha de milho (8,14%), pão (2,03%) e do óleo (6%).
Cesta básica
O custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas voltou a ultrapassar a barreira dos R$ 400,00, passando a custar R$ 420,49 em agosto. Isso significa uma alta de 14,10% em relação ao valor de julho, que foi de R$ 368,50. Ao contrário do grupo alimentos do IPC, que levanta os preços de mais de 90 itens, essa cesta básica é composta de apenas 17 produtos, e foram aqueles que mais subiram em agosto (como o tomate, a carne de frango, o óleo e o pão) que influenciaram seu valor no mês.
Outros grupos pesquisados pela UFLA tiveram as seguintes variações de preços em agosto: bebidas (-4,44%) e bens de consumo duráveis – eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis e informática (-0,75%). Já as categorias serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha) e despesas com moradia, educação, saúde, transporte e lazer não tiveram alterações de preços no mês.