Dando continuidade ao nosso estudo sobre a crase, nesta semana, veremos uma parte de quando não devemos usar o sinal indicativo de crase (sinal grave).
Casos em que não se usa a crase
“Não custa lembrar que, ao pé da letra, crase não é o nome do acento, e sim do fenômeno. Crase significa fusão, mistura: em gramática, a mistura de duas vogais iguais como a que ocorre em Vou à (a+a) escola. A fusão das duas vogais é representada pelo acento grave que, metonimicamente, acaba sedo chamado de crase.” (Pasquale Cipro Neto)
NÃO USAMOS A CRASE:
1. Antes de Palavras Masculinas: Ando mais a pé do que a cavalo.
- Isso cheira a vinho / Trabalhava de sol a sol.
Mas atenção: Nos casos em que existe um substantivo feminino subentendido antes de nomes masculinos, pode ocorrer a crase. Os substantivos femininos subentendidos são: maneira, moda ou qualquer outro que determine uma empresa: O Governo não fez novas concessões à (companhia) Ford.
- Comi um bife à Rossini (à moda Rossini). / Referiu-se à (nave) Apollo.
- Estilo à (maneira) Rui Barbosa. / Vou à (editora) Melhoramentos.
2. Antes de Verbos – Os verbos não são nomes femininos, Por isso, nunca vêm precedidos de artigo [a]; e sim da preposição [a]:
- Começou a chover. / Preços a combinar. / Pôs-se a falar.
3. Antes de Ela, Esta e Essa: Pediram a ela que saísse.
- Cheguei a esta conclusão. / Dedicou o livro a essa moça.
Antes do Artigo Indefinido [Uma]: Foi submetido a uma cirurgia.
Exceção: Quando “uma” designa hora: Chegou à uma hora (verif: ao meio-dia).
Antes das Formas de Tratamento: Escreverei a Vossa Excelência.
Exceção: senhora(s), senhorita: Desejo felicidade às senhoras (ou à senhora).
Paulo Roberto Ribeiro
Ascom