A inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da UFLA, referente a outubro, causou surpresa em seus pesquisadores: ficou em 2,09% no mês, sendo o maior Índice desde janeiro de 2003 (quando atingiu o patamar de 2,73%).
De acordo com o professor Ricardo Reis, coordenador da pesquisa, essa taxa de inflação de outubro foi puxada principalmente pelas despesas com alimentação (2,06%), higiene pessoal (7,49%), material de limpeza (7,72%) e gastos com vestuário (9,69%). “O resultado de outubro confirma a tendência de alta do IPC da UFLA desde o mês de junho, quando atingiu 0,86%. No acumulado do ano, o índice divulgado pela UFLA está em 6,06%”, apontou o professor.
Entre os alimentos, as maiores altas ocorreram nos produtos in natura, com aumento no mês de 6,97%. Alguns dos alimentos com maiores altas foram o tomate (31,52%), pimentão (28,52%), couve-flor (28,42%), cenoura (24,3%), limão (59,64%) e as frutas em geral.
Já os produtos industrializados ficaram 6,16% mais caros, principalmente os derivados do trigo. No entanto, os alimentos semielaborados seguraram em parte a alta dos alimentos, com as quedas de preço do feijão (-11,9) e das carnes suína (-0,28%) e bovina (-4,82%). Mesmo enquadrado nessa categoria, o arroz sofreu um aumento de 7,86%.
A pesquisa concluiu que a alta com as despesas de vestuário está associada à mudança de estação. Houve a entrada da moda primavera-verão e uma procura maior por peças mais leves, devido ao forte calor que vem ocorrendo nos últimos meses.
Os demais grupos pesquisados pela UFLA tiveram as seguintes variações: os bens de consumo duráveis (eletroeletrônicos, eletrodomésticos, móveis e informática), apresentaram queda média de preços de 6,82%; e as bebidas ficaram mais baratas 3,06%. As outras categorias do IPC da UFLA mantiveram preços estáveis em outubro: serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha), educação e saúde, moradia, transporte e despesas de lazer.
Cesta básica
O custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas passou a custar R$388,20 em outubro, com queda de 1,08% em relação ao valor de setembro (R$392,44). Ao contrário do grupo alimentos do IPC, com mais de 90 itens pesquisados, essa cesta básica é composta de apenas 17 produtos, sendo que as quedas dos preços do feijão e das carnes foram as que mais influenciaram seu valor no mês.