Pesquisador apresenta colisor de partículas LHC e Atlas para a UFLA

A UFLA recebeu, no dia 29, o pesquisador José Manoel de Seixas, que trabalha no Centro Europeu para a Pesquisa Nuclear (Cern, sigla em inglês). Ele proferiu a palestra Colisão de Partículas de Altas Energias: Túnel do Tempo com Leitura Eletrônica e Inteligência Computacional, durante o XXI de Pós-Graduação.

No Cern, está em operação o Grande Colisor de Hádrons (LHC), na fronteira entre a França e a Suíça. Trata-se de uma gigantesca máquina de colisão de partículas, em velocidade altíssima, que simula as condições (em dimensões reduzidas) existentes logo após o Big Bang, explosão que teria originado o universo. Os principais objetivos são encontrar respostas sobre a origem do universo e das partículas e desvendar mistérios sobre buracos-negros.

José Manoel é coordenador da equipe brasileira do Atlas, um dos detectores do LHC, que realiza cálculos e medições sobre as partículas criadas nas colisões: sua identificação, energia e caminho percorrido. José Manoel explicou como o detector Atlas registra e calcula os dados das partículas. No LHC, as dimensões de tudo são gigantescas: somente o Atlas tem uma estrutura equivalente a um edifício de 5 andares; o LHC consome quantidade de energia superior a de uma cidade de 1,5 milhão de habitantes; e os dados gerados e captados nos experimentos de colisões chegam a 60 terabytes por segundo.

Houve um momento de visita virtual à sala de controle do Atlas. Pesquisadores nacionais responderam às perguntas feitas pelos participantes do Congresso de Pós-Graduação da UFLA.

Aplicações

Além de pesquisas com partículas, José Manoel explicou que tecnologias desenvolvidas no Cern passaram a ser aplicadas em outros ramos, no dia a dia. Um exemplo foi a internet. Embora já houvesse computadores interligados anteriormente, buscou-se desenvolver, no Cern, uma única rede, que ajudasse seus cientistas a partilhar todas as informações armazenadas em computador nos laboratórios, ligando hipertexto e computadores pessoais – o que originou a rede mundial.

Na medicina, estuda-se a aplicação dos detectores utilizados para a produção de retina artificial e novos tratamentos para o câncer.

Brasil e o LHC

O País é um dos colaboradores do LHC e 105 pesquisadores trabalham lá atualmente. A indústria brasileira também fornece componentes eletrônicos para o Centro. José Manoel destacou, como diferenciais do trabalho no Atlas, a interdisciplinaridade e a vivência com pessoas de outros países.

José Manoel é professor associado do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ). A visita dele foi viabilizada pelo professor Danton Diego Ferreira (Departamento de Engenharia), que foi orientado por José Manoel em seu doutorado.