O avanço da ciência na América Latina e o Programa Ciência sem Fronteiras são temas do editorial da edição da Revista Science de 30 de novembro. Com o título Growing Latin American Science, o texto destaca a necessidade de investir nas pessoas e que o Brasil tem desenvolvido esforços por meio de intercâmbio internacional, maior mobilidade para ampliar a quantidade de pesquisadores e tecnólogos altamente qualificados, sendo um dos programas principais o Ciência sem Fronteiras.
A Argentina aumentou o número de bolsas de doutorado e está se concentrando em recrutar os cientistas argentinos que trabalham no exterior para retornarem e promover o desenvolvimento da pesquisa básica e da indústria. No Chile, programas especiais têm financiado bolsas para estudantes obterem o grau de PhD em ciências no exterior.
Essas atividades mostram o crescente desejo dos países latino-americanos de treinar uma força de trabalho formada nas melhores instituições do mundo e promover a ciência “globalizada” no “continente”, afirmam os autores do Editorial da Science, Glaucius Oliva, presidente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Celia Garcia, do Departamento de Fisiologia da Universidade de São Paulo (USP), Armando Parodi, do Conselho Nacional de Pesquisas da Argentina e presidente da Fundação Instituto Leloir, também deste país.
Os países latino-americanos estão aumentando o número de bolsas de estudo para atrair estudantes talentosos de países em desenvolvimento, incluindo a África e a Ásia. No Brasil a ação é realizada em parceria com o ministério brasileiro do exterior e organizações internacionais, como a Academia de Ciências do Terceiro Mundo (TWAS) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O Programa Sul-Americano de Apoio às Atividades de Cooperação em Ciência e Tecnologia (Prosul) concede apoio a todos os países da América do Sul, com o financiamento de projetos conjuntos de pesquisa e para a realização de eventos científicos e formação de redes de investigação.
Ciência sem Fronteiras– Os autores destacam, ainda, que as nações devem formar futuros líderes na ciência, tecnologia e inovação para competir economicamente no cenário internacional e que o governo brasileiro incorporou este desafio com o lançamento do programa Ciência sem Fronteiras (CsF), em julho de 2011. O Programa concederá, até 2015, 100 mil bolsas de pesquisa no exterior. “O Ciência sem Fronteiras tem atraído o interesse de universidades de todo o mundo ansiosas por receber estudantes qualificados de graduação e pós-graduação e, assim, estabelecer colaborações para o rápido desenvolvimento econômico”, afirmam os autores.
De acordo com o editorial, a América Latina deve continuar a reforçar a internacionalização de sua ciência, assim como explorar a sua excelência local por meio de parcerias intercontinentais, para que o continente se torne líder mundial em ciência, tecnologia e inovação.
Leia a íntegra do Editorial da Science aqui (Conteúdo em inglês).
Assessoria de Comunicação Social do CNPq