Servidores e estudantes da Universidade Federal de Lavras (UFLA) se reuniram na Cantina Central da Universidade, nessa quinta-feira (24), para uma manifestação em homenagem à memória do servidor assassinado Amauri Cléo Matos. Usando camiseta branca, os participantes levantaram a bandeira contra a violência e para a reflexão sobre a maioridade penal.
A manifestação deu início ao colhimento de assinaturas em um abaixo-assinado com o objetivo de fortalecer o movimento nacional que pede a revisão da maioridade penal, já em discussão no Congresso Nacional. O abaixo-assinado ficará disponível na Cantina Central, sendo necessário o número do título de eleitor para a validade da assinatura.
De acordo com a servidora Sônia Castejon Branco Abrahão, idealizadora da manifestação, o que não pode acontecer é o rápido esquecimento dessa barbárie. “Não dava para voltar para o trabalho, como se nada tivesse acontecido”, considera, lamentando a morte brutal do amigo.
Representando o Sindicato dos Servidores Técnicos Adminsitrativos da UFLA (SindUfla), o vice-presidente Edilson William Lopes fez um apelo à comunidade para a reflexão sobre a banalização da violência. Em sua opinião, paralelamente ao debate sobre a inimputabilidade para menores de 18 anos, torna-se necessária ampla discussão sobre o ambiente de formação de crianças e jovens e a reestruturação das unidades educacionais de internação, para que ofereçam escolas formais e cursos profissionalizantes em todas as unidades.
Resgate do crime
Amauri Matos foi encontrado pela Polícia Militar na terça-feira (15), às margens da rodovia 265, próximo à entrada da cidade com sinais de forte agressão. Segundo relato registrado na Delegacia de Lavras, Amauri Matos teria dado carona ao menor J.C.E , 17 anos, quando viajava de Itumirim a Lavras, na noite de sexta-feira (11). O carro da vítima foi encontrado na manhã de sábado (12), quando policiais militares faziam um patrulhamento no Bairro Pitangui, em Lavras. Ao tentar abordar os ocupantes, o motorista fugiu em alta velocidade. Durante a perseguição, três menores fugiram a pé por um matagal. O carro estava sem as placas traseira e dianteira e havia sangue nos bancos, porta e teto do veículo.
O menor que confessou ter agredido o motorista e o deixado inconsciente às margens da rodovia ficou detido e continua no Presídio de Lavras. Os outros ocupantes do carro, ambos de 16 anos, foram apreendidos e liberados, pois não houve indícios do envolvimento deles no ato infracional.
Amauri Matos tinha 51 anos e trabalhava na UFLA desde dezembro de 1989.
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