Uma equipe formada por professores e estudantes da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e da Escola Estadual Cristiano de Souza (Ensino Médio) terão um desafio inusitado nos próximos meses. Eles estarão envolvidos em atividades ligadas à arte, matemática, engenharia e relação com a natureza, tendo como motivação a releitura da obra de Leonardo da Vinci. Entre as etapas do projeto, a construção de um autônomo similar ao construído por Da Vinci, em homenagem ao Rei da França, com a forma de um leão que oferece flores.
O projeto, intitulado “Léo, o robô de da Vinci”, tem como objetivo despertar nos estudantes o interesse pela área de engenharia, motivá-los nas disciplinas básicas e reduzir a evasão dos universitários por meio de uma nova visão da profissão e de suas potencialidades. As atividades contarão com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq e da empresa VALE S.A.
O projeto tem a coordenação do professor Roberto Alves Braga Júnior, do Departamento de Engenharia (DEG/UFLA) e inclui a participação de uma equipe multidisciplinar: professores Ricardo Magalhães (área de Robótica – DEG), Raphael Winckler de Bettio (Departamento de Ciência da Computação – DCC) e Ronei Ximenes Martins (Departamento de Educação – DED), além de estudantes do curso de Engenharia de Controle e Automação. Participam ainda um professor da escola Cristiano de Souza e quatro estudantes selecionados.
De acordo com o coordenador, o objetivo é mostrar aos estudantes que a carreira de engenheiro de automação e controle vai além do tecnicismo, exigindo uma mentalidade aberta para a contextualização de cada obra de engenharia, com a capacidade de solução de problemas complexos por meio de observação e interação com a natureza.
Motivação
Quando os estudantes ingressam no curso de Engenharia e Automação da UFLA, ficam entusiasmados com as potencialidades de aplicação no Laboratório de Robótica. Porém, o primeiro desafio é superar as disciplinas de Cálculo, Geometria Analítica, Algoritmos e Física, com maiores índices de reprovação, ao mesmo tempo em que descobrem que um engenheiro precisa ter habilidades além daquelas especificamente técnicas.
Parte dessa dificuldade está na formação no Ensino Médio, onde as disciplinas de Física e Matemática muitas vezes não atraem a atenção dos jovens para aplicações práticas. Além disso, existe o paradigma de que apenas os estudantes que sobressaem na área de exatas devem optar por cursos superiores de Engenharia.
Conhecimento e integração
No final do projeto, está prevista uma gincana de programação de robôs móveis autônomos, utilizando uma plataforma para programação de robôs que vai permitir aos participantes aplicar conhecimentos básicos adquiridos no Ensino Médio, como trigonometria e física. A gincana vai integrar os estudantes e demonstrar de maneira prática a visão multidisciplinar do projeto.
Além do enfoque técnico, haverá o acompanhamento dos aspectos educacionais envolvidos no processo, principalmente no que se refere à avaliação do desenvolvimento escolar dos estudantes e a motivação dos professores, assim como os estímulos para carreiras profissionais de cunho científico-tecnológico.