Na sexta-feira (22), Dia Mundial da Água, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) oficializou o convênio com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) para o desenvolvimento de um projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) que envolve um estudo global da Bacia do Rio Grande, onde estão localizadas importantes usinas hidrelétricas da Cemig e de outras concessionárias, como Volta Grande, Camargos, Itutinga, e Furnas.
Na oportunidade, o presidente da Cemig, Djalma Bastos de Morais, destacou a importância da preservação dos recursos naturais, especialmente a água, lembrando que a parceria com a UFLA está completando 25 anos em projetos de reflorestamento, produção florestal, manejo da ictiofauna e produção pesqueira. Ele lembrou a parceria com a Universidade que resultou na implantação do Centro de Excelência em Matas Ciliares (Cemac). “As duas equipes, a nossa e a da universidade, são extremamente compromissadas com o desenvolvimento ambiental do Estado e do país”, disse Djalma Morais.
O modelo fitogeográfico vai servir de subsídio à revitalização das áreas de preservação permanente e transferência de tecnologias de conservação de solo e da água na Bacia do Rio Grande. O projeto será desenvolvido por uma equipe de 15 pesquisadores da UFLA, sob a coordenação do professor e reitor da Universidade, José Roberto Scolforo. As análises serão processadas no Laboratório de Estudos e Projetos em Manejo Florestal – Lemaf, referência no desenvolvimento de grandes projetos ambientais. Os estudos terão a colaboração do Cemac.
A ideia central desse modelo está relacionada à aplicação de sofisticadas análises matemáticas que vão determinar a flora existente nas APPs, com variáveis ambientais (solo, clima, relevo, entre outros) e com a diversidade genética das espécies, possibilitando o planejamento racional de revitalização da Bacia do Rio Grande.
A UFLA desenvolverá ainda, em conjunto com a Cemig, um novo modelo de gestão das Estações Ambientais de Volta Grande e Itutinga, que permitirá a ampliação dos resultados ambientais já alcançados, através do desenvolvimento de novos projetos de geração de conhecimento e otimização de processos produtivos de mudas e alevinos.
De acordo com Scolforo, o modelo fitogeográfico vai gerar um mapa de recomendação de espécies e boas práticas de manejo para uso e conservação do solo e da água nos diferentes ambientes, o que vai possibilitar um planejamento estratégico para a revitalização de uma das mais importantes bacias hidrográficas do País. “Ampliar o conhecimento sobre os recursos naturais significa aplicar uma gestão ambiental correta e sustentável”, reforça.
Para o gerente de Estudos e Manejo da Ictiofauna e Programas Especiais da Cemig, Newton José Schmidt Prado, a escolha da UFLA é justificada pela tradição de parcerias, incluindo projetos pioneiros de reflorestamento em matas ciliares, e pela excelência em estudos florestais que a credenciam para um projeto de tamanha magnitude. Ele afirmou que o modelo fitogeográfico representa um estudo global da Bacia do Rio Grande, em vez de estudos segmentados, o que será útil não apenas para a Cemig, mas para outras concessionárias e para a sociedade como um todo.
Referência
A UFLA, por meio do Departamento de Ciências Florestais (DCF) e do Lemaf, desenvolve vários projetos na área de manejo florestal, muitos dos quais se tornam referência para o País. Entre eles, destacam-se o Zoneamento Ecológico Econômico do Estado de Minas Gerais (ZEE) e o Mapeamento e Inventário da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas Gerais, que rendeu uma coleção de sete livros, já na segunda edição. No caso específico de modelo fitogeográfico, a UFLA, em parceria com outras instituições de referência, realizou o modelo fitogeográfico da Bacia do Rio São Francisco.