O reitor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), professor José Roberto Scolforo, foi convidado pela Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda) para ministrar a palestra magna da Terça Ambiental, evento realizado nessa terça-feira (25), no Senac Belo Horizonte. Abordando a “Biodiversidade dos Biomas Mineiros”, o reitor, que também é o coordenador do Zoneamento Econômico e Ecológico de Minas Gerais, apresentou imagens dos diversos biomas de Minas Gerais e informações sobre os desmatamentos ocorridos ao longo dos anos.
Durante sua apresentação, Scolforo apresentou dados do “Inventário Florestal do Estado de Minas Gerais“, projeto do qual é coordenador geral. Com mapas de 2003, 2005, 2007 e 2009, o professor mostrou o crescente desmatamento em diferentes pontos do Estado. “Vemos um ‘efeito formiguinha’: conjunto de pequenas propriedades desmatando muitas áreas. Essas propriedades, com menos de 100 hectares, respondem a 65,2% dos desmatamentos ocorridos entre 2007 e 2009”, comentou.
Segundo o professor, são mais de 12 mil pontos espalhados pelo Estado para realizar o monitoramento. O trabalho tem 87,29% coeficientes de exatidão global e os mapas têm qualidade excelente em termos de análise internacional. “Em 2003, 19 milhões e 500 mil hectares foram mapeamentos. Áreas a partir de dois hectares são monitoradas”, disse. Entre 2003 e 2005, Minas perdeu 75 mil hectares por ano. Scolforo ressaltou que a “grande pressão do desmatamento no Estado é no Cerrado”.
Scolforo explicou também que há dois tipos de monitoramento: o executado de dois em dois anos e o mensal. O primeiro foca no planejamento das ações de combate ao desmatamento, enquanto o segundo proporciona mobilizações para coibir os desmatamentos que estão acontecendo no momento.
O palestrante apresentou ainda dados do inventário das espécies arbóreas de Minas: sua equipe catalogou 2.401 espécies, das quais 64 provavelmente nunca foram citadas no Estado e 12 árvores são presumivelmente novas ou já estavam ou estão em processo de descrição por especialistas. A título de comparação, em 2006, um estudo havia catalogado 1.885 espécies arbóreas. Scolforo enfatizou que “nos falta ainda muito conhecimento” e que “enquanto não conhecemos, não se deve degradar”. “Precisamos cuidar melhor do que já foi degradado. O que Minas já tem de área degradada é suficiente para produzirmos o necessário”.
O reitor da UFLA reiterou a importância da divulgação do “Inventário Florestal do Estado de Minas Gerais“, totalmente disponível na internet para consulta e com espaço reservado para os usuários esclarecerem suas dúvidas. Para ele, infelizmente, o material ainda não é utilizado como deveria.
Para encerrar a Terça Ambiental, duas coleções do “Inventário Florestal do Estado de Minas Gerais” e três exemplares do livro “O manejo sustentável da Candeia” foram sorteados entre os presentes.
Fonte: Assessoria de Comunicação Amda