Os principais produtos que compõem o prato típico do brasileiro já apresentam elevação superior a 80% nos últimos dois meses. A conclusão é do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) medido na UFLA: o feijão, de acordo com a pesquisa, encareceu em 19,02% em maio e 21,86% em junho; e o arroz teve um aumento de 12,04% em maio e 15,33% no mês passado. No acumulado do período, a alta desses alimentos já atinge 87,39%. A inflação, no entanto, teve índices menos elevados, ficando em 1,59% em junho e em 1,83% em maio.
Os alimentos foram os “vilões” da inflação, apresentando uma média de elevação de 4,75%. Produtos in natura bastante consumidos contribuíram para o aumento, como a batata (41,52%), o tomate (13,78%), o limão (40,94%), a cebola (63,2%), o repolho (35,73%), a mandioca (24,21%) e a cenoura (23,25%). A elevação média na categoria foi de 12,04%.
Entre os alimentos industrializados, que ficaram mais caros em maio 8,48%, o leite e seus derivados se destacaram: foram registrados aumentos nos leites longa vida (11,42%), tipo C (25,35%) e em pó (8,48%). A pesquisa também identificou altas nos derivados do trigo, como a farinha de trigo (25,22%) e o macarrão (11,63%). No caso das carnes, os aumentos variaram entre 1,3% a 2,7%.
Com esses resultados, o custo da cesta básica de alimentos para uma família de quatro pessoas ficou mais caro 1,31% em junho, passando a custar R$ 415,87. No mês anterior, o valor era de R$ 410,46. No acumulado do semestre, a inflação medida pelo IPC da UFLA já registra alta de 9,06%, indicando uma tendência de ficar com um valor acima de 12,0% em 2013, ou seja: o dobro da meta superior de inflação fixada pelo governo para todo o ano, que é de 6,5%.
Os demais setores pesquisados pela UFLA tiveram as seguintes alterações de preços em junho: bebidas (-6,8%), material de limpeza (6,56%), higiene pessoal (2,68%), vestuário (1,03%), bens de consumo duráveis – eletrodomésticos, eletroeletrônicos, móveis e informática (1,03%), educação e saúde (0,17%) e despesas com transporte, com alta de 0,32%. Já as despesas com moradia, lazer e serviços gerais (água, luz, telefone e gás de cozinha) não tiveram, em média, alterações de preços no mês.
A pesquisa é coordenada pelo professor Ricardo Reis, do Departamento de Administração e Economia da UFLA (DAE).
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