A renda do produtor rural do Sul de Minas Gerais continua em queda, conforme dados levantados pelo Departamento de Administração e Economia da UFLA (DAE), por meio do Índice de Preços Recebidos – IPR (relativos aos preços recebidos pelos produtos comercializados pelos produtores) e Índice de Preços Pagos – IPP (relativo aos preços pagos aos insumos para produção).
De acordo com a pesquisa, mensal, o preço dos insumos agrícolas apresentou um aumento médio – IPP – de 0,09% no preço, agravando a situação econômica do produtor rural na região em junho. Alguns insumos básicos para a produção agrícola tiveram reajustes na ordem de 3,8% (calcário) e alta de 7,51% (inseticidas), porém, outros adubos tiveram um decréscimo no preço na ordem de -1,40%, aliviando o resultado negativo para os produtores.
Com a queda do IPR em -0,97% e o aumento do preço dos insumos calculado pelo IPP, os produtores rurais da região continuam com sua renda média em queda, no acumulado geral desde o início do ano de 2013 em -256%.
Em junho, o IPR foi especialmente influenciado pela queda no preço das hortaliças, em -11,00%. Entre os produtos que mais influíram na baixa, estão a beterraba (-28,00%), couve-flor (-24,37%) e tomate (-16,22%). Para o professor Renato Fontes, coordenador da pesquisa, as condições climáticas propícias e os preços atraentes praticados recentemente estimulou os agricultores a aumentarem a produção de hortaliças, o que elevou a oferta e pressionou os preços para baixo.
Em contrapartida, o leite acumula uma alta de 3,41% nos últimos três meses. Somente em junho, o aumento foi de 0,60%. A principal causa observada para essa continuidade são os problemas diretamente ligados a pastagens: pouca chuva reduz o potencial de crescimento das pastagens, principal fonte de energia do animal. Isso se reflete na diminuição da produção de leite, menor oferta e pressão para que os preços subam.
Consulte aqui os índices divulgados no mês anterior.