Os governos do Brasil e da República União de Myanmar aprovaram o projeto Vozes da Ásia, na semana passada. O professor Gilmar Tavares (DEG) foi convidado a reproduzir o projeto Vozes da África (que capacitou professores da República Democrática do Congo em Agroecologia, Agricultura Familiar e Extensão Universitária) com as devidas adequações socioeconômicas e culturais.
O projeto envolve um acordo entre o Núcleo de Estudos em Agroecologia, Permacultura e Extensão (Neap/DEG/UFLA), Agência Brasileira de Cooperação (do Ministério de Relações Exteriores), Instituto Butantã e Governo da República União Myanmar (antiga Birmânia).
Na primeira etapa desse convite, o professor viajou a Myanmar, em novembro de 2013. Lá, conheceu as necessidades da produção agrícola e a partir delas elaborou propostas. Gilmar Tavares identificou que há grandes perdas na produção de arroz: “O produto é a base da alimentação de Myanmar e cerca de 75% dos agricultores cultivam arroz. Mas perde-se muito em sua estocagem; o país poderia ser autossuficiente e até exportar. Propusemos o uso de algumas tecnologias, adequadas às características do país”.
Com o acerto entre os governos, doze professores de Myanmar virão à UFLA, provavelmente em maio deste ano, para participarem de uma capacitação sobre métodos de estocagem. Outros irão a São Paulo, onde se capacitarão sobre profilaxia de picadas de cobras, no Instituto Butantã. “Myanmar apresenta o maior índice de picadas de cobras no mundo. Mas, pela cultura local, não se matam os animais. É um povo educadíssimo”, conta o professor Gilmar. O Instituto Butantã irá auxiliar na parte da produção de soro antiofídico.
Com a vinda à UFLA, será constituído o projeto a ser implantado em Myanmar. Após o retorno dos professores e aplicação, o professor Gilmar deverá revisitar o país para conhecer os resultados, em 2015. O projeto é financiado pela ABC/MRE , dentro do viés Solidariedade Sul/Sul do Itamaraty. Há grandes possibilidades de ampliação para outros países da região.
Vozes da África
Neste projeto, em andamento, 60 professores da República Democrática do Congo foram capacitados em Agroecologia, Agricultura Familiar e Extensão Universitária Inovadora. Os resultados observados foram o incentivo ao cooperativismo, à segurança alimentar e a programas de saúde, além da geração de empregos.
Veja fotos da visita do professor Gilmar:
Com informações de Vivian Bruna Marcello – bolsista Ascom/DEG