O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café, sediado na Universidade Federal de Lavras – UFLA, inicia suas articulações em torno de uma nova proposta que vai direcionar as pesquisas nos próximos seis anos (2015/2021). O grande diferencial desta vez está na aproximação com o mercado, tendo sido já oficializado o apoio de cinco empresas para o cofinanciamento de diferentes linhas de pesquisa previstas na nova proposta.
Sob a coordenação do professor Mário Lúcio Vilela de Resende (DFP/UFLA), várias reuniões estão sendo realizadas para definição de novas parcerias e linhas prioritárias de pesquisa. O objetivo é reunir um time diversificado de pesquisadores e o apoio de instituições públicas e privadas para atender a chamada INCT – MCTI/CNPq/CAPES/FAPs nº 16/2014, que tem por objetivo apoiar atividades de pesquisa de alto impacto científico em áreas estratégicas e/ou na fronteira do conhecimento.
Nessa quarta-feira (6), o reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, e a vice-reitora, professora Édila Vilela de Resende Von Pinho, receberam no Salão dos Conselhos da Universidade (Prédio da Reitoria), o presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, para a assinatura da declaração de interesse em cofinanciar a linha de pesquisa “Produtos Inovadores à Base de Subprodutos e Resíduos da Indústria de Café”. O presidente estava acompanhado do engenheiro de produção da Cooxupé, Marcelo Casagrande.
A Cooxupé é a maior cooperativa de cafeicultores do mundo, reunindo a produção de cinco milhões de sacas anualmente, o que representa 12% do café brasileiro e 6% do café produzido no mundo. Também está no ramo de café torrado e moído, inaugurando em breve uma das maiores torrefações do Brasil. De acordo com Carlos Paulino, o objetivo é apoiar o desenvolvimento de pesquisas que confiram valor agregado ao produto e garantam uma maior rentabilidade ao cafeicultor. Destacando a UFLA como uma instituição de referência em pesquisas voltadas ao café, o presidente da Cooxupé reforçou a importância da parceria. “Esse é o primeiro passo de uma longa caminhada”, considerou.
A importância da parceria com a Cooxupé também foi enaltecida pelo reitor da UFLA, que apresentou um resgate do processo de expansão com qualidade e das conquistas da Universidade nos últimos anos. Scolforo reforçou a necessidade de incentivar as pesquisas que resultem em benefícios diretos para a população, sobretudo relacionados à cultura do café, um dos produtos mais estratégicos para o Estado de Minas e para o País.
Atendendo à necessidade de inclusão da iniciativa privada à nova proposta do INCT Café, o professor Flávio Meira Borém também entregou ao coordenador do INCT Café, professor Mário Lúcio, mais quatro cartas de intenção de cofinanciamento em nome da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e das empresas Bourbon Specialty Coffees SA, Videplast Indústria de Embalagens LTDA e Verde Fertlizantes LTDA. As empresas deverão apoiar as linhas de pesquisas “Inovações em Pós-Colheita do Café” e “produtos Inovadores para a Cafeicultura”.
Reunião de competências
No dia 29 de julho, pesquisadores de diversas instituições de referência em pesquisa cafeeira se reuniram na sede da Agência de Inovação do Café, na UFLA, para debaterem quais linhas de pesquisa serão prioritárias no âmbito do INCT Café nos próximos anos. Durante a reunião, foram elencados os principais gargalos tecnológicos da cafeicultura e articuladas redes de pesquisa para suas soluções.
Pesquisas Estratégicas
O INCT Café está em funcionamento desde 2008. Além da UFLA, coordenadora do projeto, conta com a participação de cinco instituições signatárias: Universidade Federal de Viçosa (UFV), Embrapa, Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), Instituto Agronômico de Campinas (IAC) e Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural (Incaper). O INCT Café tem o objetivo de apoiar a geração de tecnologias sustentáveis, desenvolvendo modelos adaptados para os sistemas especializados de produção e melhorando a qualidade e a competitividade da cadeia produtiva do café.