Equipes da Universidade Federal de Lavras (UFLA) e da Prefeitura de Lavras estiveram ontem (17/8) na Praça Doutor Augusto Silva, promovendo campanha ligada à Semana Nacional de Controle, Combate e Prevenção à Leishmaniose Visceral. Durante todo o período da manhã, foi aplicado nos cães o teste DDP (Biomanguinhos) – capaz de identificar com rapidez a Leishmaniose Visceral. O momento também foi de mobilização, conscientização e fornecimento de informações, para que a população colabore no controle da doença.
A UFLA dá apoio ao município na execução do Programa Nacional de Controle de Leishmaniose Visceral. Estudantes e profissionais da instituição atuam na realização de palestras em escolas durante todo o ano, assim como na aplicação dos testes. Neste dia 17/8, cerca de 20 estudantes, ligados ao Programa de Educação Tutorial Institucional (Peti Biopar), ao Laboratório de Biologia Parasitária (Biopar), ao Núcleo de Estudos em Parasitologia (NEP) e à Coordenadoria de Prevenção a Endemias da Diretoria de Meio Ambiente (Cope/DMA) estavam na Praça auxiliando na mobilização. A coordenação das atividades na UFLA é da professora do Departamento de Medicina Veterinária (DMV) Joziana Muniz de Paiva, que também é coordenadora da Cope.
Durante a ação na Praça, quem se interessou em fazer o teste em seus animais precisou apresentar RG, CPF, comprovante de residência e telefone de contato, assim como assinar um termo em que assumiu o compromisso de adotar as medidas necessárias caso o exame tivesse resultado positivo.
Oficialmente, a Semana Nacional começou no dia 10/8 e terminaria em 18/8, mas, em Lavras, a campanha foi estendida. Até 22/8, as equipes da UFLA e da Prefeitura estarão em escolas, sensibilizando as crianças para a “guarda responsável” dos cães e para o controle da Leishmaniose. Como explica a professora Joziana, apesar de intensificadas neste período de mobilização nacional, as ações do Programa começaram em 2013, e ainda permanecerão em execução, uma vez que fazem parte da rotina do Peti Biopar e do NEP.
De acordo com a chefe da Vigilância Ambiental da Prefeitura, Maria Cristina Amarante Botelho, desde que o trabalho teve início no município, foram feitos 500 testes. O objetivo é alcançar principalmente os cães recolhidos nas ruas e aqueles cujos proprietários estejam em situação de vulnerabilidade econômica, sem acesso a serviços veterinários particulares. Há também a previsão de se iniciar, no segundo semestre, o mapeamento de casos da doença em cães da cidade, com agentes que visitarão uma amostragem de domicílios para realização dos exames.
Veja a programação para esta semana
Palestras em escolas
– Terça-feira, 19/8, às 9h e às 13h: Sesi (às 9h e às 13h)
– Quarta-feira, 20/8, à 8h30 e às 13h : Centro Educacional UFLA
– Quinta-feira 21/8, às 9h: Cooperativa de Ensino e Integração (Ecei).
– Sexta-feira, 22/8, às 9h e às 13h: Colégio Nossa Senhora de Lourdes
Outras ações
– 21/8, pela manhã: realização de testes em cães do Parque São Francisco.
– Durante toda a semana, estudantes da UFLA também irão esclarecer dúvidas sobre a doença em uma tenda montada entre a Cantina Central e a Biblioteca.
Como funciona a triagem da doença em cães
O teste rápido exige que se colha uma pequena amostra de sangue na parte interna da orelha do cão. Utilizando um kit apropriado, disponibilizado pelo Ministério da Saúde, a amostra é colocada em contato com reagentes. Dentro de alguns minutos é possível identificar o resultado. De acordo com a professora Joziana, apenas no caso de o resultado ser positivo, o cão terá que fazer novo exame, pelo qual nova amostra de sangue é colhida e enviada à Fundação Ezequiel Dias (Funed), em Belo Horizonte. Confirmando-se a positividade, a única medida de controle permitida no Brasil é a eutanásia – o animal precisa ser sacrificado.
Caso o segundo exame apresente-se negativo, pede-se uma terceira coleta após 30 dias. Ficando apenas o primeiro exame positivo, e dos demais negativos, o cão é liberado. O tratamento canino é proibido por lei, pois coloca em risco a saúde da população e também de outros animais. Em Lavras, a equipe do Programa conta com o apoio do promotor de saúde, que realizou a orientação dos veterinários sobre as medidas legais cabíveis no caso de descumprimento ao que é preconizado pelo Ministério da Saúde.
Sobre a doença
A Leishmaniose Visceral (LV) é uma doença grave, que pode levar à morte, causada por um parasito chamado Leishmania. Ela pode afetar humanos e cães. A transmissão é feita por um inseto, conhecido como mosquito-palha. Ele pica o cão infectado e transmite o parasito ao homem.