De repente, o som de 111 tambores começa a ecoar e enche de vida a Escola Municipal José Luiz de Mesquita, no bairro Cidade Nova, em Lavras. Trata-se de um projeto socioambiental desenvolvido com crianças de 5 a 11 anos e o resultado é uma inusitada Fanfarra de Materiais Alternativos (reciclados).
Nessa terça-feira (16), o reitor da Universidade Federal de Lavras (UFLA), professor José Roberto Scolforo, acompanhado do pró-reitor de Extensão e Cultura (Proec), professor José Roberto Pereira, foram recebidos pela direção, professores e alunos da escola para uma demonstração do projeto. A visita também contou com a presença do professor do Departamento de Engenharia (DEG/UFLA) Ricardo Rodrigues Magalhães, do presidente da Câmara Municipal de Lavras, Marcos Possato e do assessor jurídico da Câmara Municipal, Paulo Luciano.
Para o reitor da UFLA, professor Scolforo, o projeto é exemplar e deve ser incentivada a sua multiplicação para que ainda mais crianças sejam atendidas. Encantado com a atuação da Fanfarra Alternativa, Scolforo afirmou que a UFLA poderá apoiar a iniciativa por meio de parcerias e projetos de extensão e cultura. “O objetivo está no resgate da cidadania e no incentivo para despertar novos talentos e grandes cidadãos”, considerou, destacando que a atividade artística ajuda a desenvolver a mente. Falando para as crianças, Scolforo aconselhou-os a estudar muito, para que no futuro venham a se tornar estudantes da UFLA.
A ‘Fanfarra Alternativa’ é um projeto do percursionista Diego Carvalho, que atua na escola há dois anos como voluntário. Com o apoio da professora Priscila Azevedo, o projeto vai muito além das noções de ritmo e coordenação motora. Eles repassam para as crianças o valor da disciplina e da persistência, incentivando-os não somente na formação musical, mas também na formação da cidadania.
Na avaliação da diretora da Escola, Aline Camila Alves Bittencourt Santos, a cada dia que passa os alunos que participam do projeto demonstram mais disciplina, com evidente progresso até mesmo em sala de aula. “Eleva a autoestima da criança, da família e também o amor pela escola”, considerou.
O resultado do projeto no desempenho dos alunos também é confirmado pela coordenadora pedagógica, Maria Aparecida Sales. Ela conta que o projeto reflete nas métricas de qualidade em que a Escola é avaliada, superando as médias do município e do Estado. Segundo dados do Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública (Simave), em 2013, por exemplo, as crianças do 3º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Professor José Luiz de Mesquita atingiram uma média de 663 pontos na avaliação de Língua Portuguesa, enquanto a média do município foi de 613 e do Estado foi de 570,8.
Aprovação dos pais
Liliane Henrique Torres é mãe do Gabriel, o mais novo percursionista da Fanfarra, com apenas cinco anos. “Em casa ele pega as panelas e fica ensaiando. Também percebi uma melhora na concentração e ele está mais comportado depois que iniciou no projeto”, comenta.
Érica Helena da Silva tem quatro filhos na Fanfarra Alternativa e está feliz com o resultado. “Eles ficaram mais empenhados na escola, porque gostam muito de participar do projeto. O pai deles também é músico e eles se espelham nele”, destaca.
Inclusão Social
A Escola Municipal Professor José Luiz de Mesquita também participa de outro projeto em parceria com a UFLA. Desde 2011, estudantes de graduação do curso de Engenharia de Controle e Automação, sob a orientação do professor Ricardo Rodrigues Magalhães, desenvolvem o projeto “Robótica Educacional para Inclusão Social – Reis”, com adolescentes de 12 a 16 anos. O projeto prevê o ensino de programação de robôs para participação em campeonatos de robótica. No último fim de semana, a equipe da Escola participou da etapa mineira da Olimpíada Brasileira de Robótica e alcançou a 3ª colocação. Em 2012, a equipe da Escola ficou na 14ª posição nacional, representando a única escola pública entre as finalistas.
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