Na manhã dessa quinta-feira (18/12), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) registrou mais um dia marcante em sua história. Para celebrar os 20 anos da transformação da Escola Superior Agrícola de Lavras (ESAL), em Universidade Federal de Lavras (UFLA), foi realizado um culto em Ação de Graças, na Capela Ecumênica da Universidade. Para finalizar a cerimônia, o reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, prestou homenagem ao prefeito Silas Costa Pereira, reitor da ESAL em 1994, e ao professor Lucimar Leão Silveira, em reconhecimento pelos esforços dedicados para consolidar o processo de transformação.
A celebração teve a participação do padre Luís Fernando, da Paróquia de Santana; do pastor da primeira Igreja Presbiteriana de Lavras, Marcelo José Noronha Xavier e do representante da Aliança Espírita de Lavras, Cleber Assis Ribeiro. A cerimônia foi conduzida pelo colaborador Diego Nascimento, que fez um breve resgate da história da criação, federalização, e transformação da ESAL em UFLA.
A cerimônia contou com a presença do reitor, professor Scolforo, vice-reitora, professora Édila Vilela Resende Von Pinho, equipe de gestão, professores, técnicos Admisnitrativos e discentes. Teve ainda a participação de servidores municipais e colaboradores da comunidade.
A apresentação do Coral Vozes do Câmpus, da UFLA, deu um tom especial à celebração, sob a regência do maestro Augusto Pimenta.
Homenagens
De forma singela e com o objetivo de simbolizar o reconhecimento da UFLA pelos esforços empenhados no processo de transformação em universidade, o reitor, professor Scolforo, fez a entrega de um certificado ao prefeito Silas, diretor da ESAL no período da transformação (1991 a 1996) e também ao professor Lucimar Leão Silveira, servidor que liderou a comissão para dar celeridade ao processo.
Em seu pronunciamento, o prefeito agradeceu a homenagem e lembrou que a transformação da ESAL em universidade demandou grande esforço, válido no sentido de dignificar a trajetória da Instituição e de todos aqueles que fizeram e fazem parte dessa história.
Com uma mensagem de agradecimento, Scolforo também destacou a importância de todas as pessoas que contribuíram para que a UFLA chegasse ao patamar de excelência nos dias atuais. Aproveitamento a oportunidade, conclamou aos presentes para compartilharem o amor pela Instituição, para que as novas gerações tenham o mesmo orgulho e comprometimento pelas causas afetas à Universidade. Neste sentido, considerou que as parcerias em prol do engrandecimento da UFLA são bem-vindas, entre elas, o apoio do poder público municipal.
“O desempenho da Universidade é fruto de um esforço conjunto e lutamos pelas mesmas causas: fazer com que a UFLA esteja entre as melhores instituições do País e com crescente destaque no cenário internacional. Porém, o mais importante é a valorização da nossa comunidade acadêmica, para que as pessoas se sintam felizes e realizadas nesta Universidade”, considerou.
Resgate
Há 106 anos, Lavras recebeu a semente de uma escola especial, idealizada por Samuel Rhea Gammon e Benjamim Harris Hunnicutt e, ao longo de sua trajetória, se transformou em uma das instituições públicas de ensino superior mais qualificada do País. Desde a sua criação em 1908, como Escola Agrícola de Lavras, passando a ser chamada Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal) em 1938 e federalizada em 1963, a UFLA se orgulha dos motivos que a levaram a ser reconhecida como universidade em 1994 e, sobretudo, da evolução conquistada nas últimas décadas. O processo de transformação institucional da ESAL em universidade federal foi oficializado em 15 de dezembro de 1994, pela sanção presidencial da Lei nº 8956.
Após 20 anos, a instituição celebra as transformações institucionais que a levaram da posição de uma escola superior voltada apenas para a formação de agrônomos à configuração de universidade, com a expansão de cursos em diversas áreas do conhecimento. Os indicadores relacionados às atividades de ensino, pesquisa e extensão são motivos para se comemorar.
Quando passou à condição de universidade, a UFLA ofertava seis cursos de graduação, com 2.448 estudantes (incluindo os de graduação, pós-graduação e educação a distância). Em 2014, foi ultrapassada a marca dos 10 mil estudantes de graduação. Esse salto foi ainda mais significativo na última década: em 2006, eram 10 cursos de graduação e 4.620 estudantes; hoje, são 12.500 estudantes, incluindo graduação, pós-graduação e educação a distância, em 37 cursos de graduação e 55 cursos de pós-graduação. O número de cursos mais que triplicou e o de estudantes aumentou na mesma proporção.
Há 20 anos, a UFLA ofertava 370 vagas em seu tradicional vestibular; passou para 620 vagas em 2006 e, atualmente, oferta 2400 vagas anuais, distribuídas democraticamente pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSu). Trata-se de uma oferta seis vezes maior que a inicial.
Para acompanhar esta expansão, a Universidade também precisou aumentar o número de professores e técnicos administrativos. O número de docentes saiu de 221, em 1994, para 574 em 2014, registrando o maior salto quantitativo na última década (de 379 professores em 2006, para 574 em 2014 – crescimento de 51%).
O passivo histórico da Universidade com relação aos servidores técnico administrativos também foi amenizado nos últimos anos. De 1994 a 2006, o número de técnicos foi reduzido de 416 para 358 servidores, mas a tendência foi alterada na última década, com a conquista de 212 novos servidores (atualmente 570 – número 59% maior que o de 2006). Quando foi transformada em universidade, a UFLA não tinha nenhum servidor terceirizado, hoje, 550 profissionais contribuem para a expansão e desenvolvimento em diferentes setores.
Muitos foram os fatores que marcaram essa evolução. Houve um ambiente político e econômico favorável nos últimos anos, mas também houve planejamento e empenho da comunidade acadêmica para que os investimentos fossem bem aproveitados. Afinal, expandir com qualidade não é um desafio fácil de ser vencido. Foi preciso um trabalho incansável na busca de alternativas para dotar a Universidade de uma infraestrutura adequada para receber o futuro.
Futuro globalizado
Mesmo com motivos para comemorar, a UFLA não se acomoda, não para de crescer. Diversos projetos são desenvolvidos para garantir uma expansão ainda maior. Segue a evolução sistemática, tradicionalmente marcada na história desta instituição diferenciada, que mesmo pequena em tamanho, mantém o nome figurado em rankings nacionais entre as melhores instituições do País.
A perspectiva é de crescimento ainda maior, com recursos já pactuados para os próximos anos. Com os quatro novos cursos criados no segundo semestre de 2014 (as engenharias Civil, Química, Mecânica e de Materiais) e cinco outros a serem iniciados em 2015 (Medicina, Pedagogia, Engenharia de Computação, Engenharia Física e Geologia), é esperado que mais de quatro mil alunos somem-se à comunidade acadêmica no decorrer desse tempo. O número de vagas ofertado anualmente, que era de 620 em 2007, será de 2.800 em 2015.
Para receber o novo público – e acomodar melhor aqueles que já fazem parte da Instituição – o investimento na infraestrutura física segue no mesmo ritmo. Teve início em 2014 uma nova fase de expansão do câmpus. No total, são 69 novas estruturas em construção, mantendo o câmpus em permanente expansão.
Para ilustrar o momento vivido pela Universidade, Scolforo reforça: “seguimos para alcançar novos patamares de excelência, sempre alicerçados em um planejamento estratégico em constante atualização. Afinal, precisamos conquistar, de fato, a dimensão universitária, essencial para continuarmos oferecendo ainda mais oportunidades a todos, sem distinção de raça, crença ou condição social. Queremos ser uma instituição cada vez mais inclusiva, democrática e cosmopolita, para atrair não apenas os olhares da comunidade acadêmica internacional, mas também para estarmos sensíveis às causas em nosso entorno. Nossa missão é ser agente de transformação da comunidade de Lavras, de Minas Gerais e do Brasil, fazendo valer os investimentos públicos em uma instituição que prima pela formação técnica e cidadã dos futuros profissionais, aliada à geração de tecnologias que transformam positivamente o mundo em que vivemos”, considera o reitor.
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