A doutoranda Maria Luciana da Silva Nóbrega, do Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável, da Universidade de Brasília (UNB), tem pela frente um grande desafio. Sua tese de doutorado tem como tema o desenvolvimento sustentável, e deverá apresentar as contribuições das universidades com recorte especial para a sustentabilidade hídrica. Para o estudo comparativo, ela escolheu seis universidades em três países: Brasil, EUA e Israel. Entre as universidades de referência selecionadas, a Universidade Federal de Lavras (UFLA).
A escolha da UFLA se deu em virtude de seu posicionamento como a universidade mais sustentável do Brasil, segundo o ranking internacional – UI GreenMetric World University Ranking – que sinaliza os esforços em sustentabilidade e gestão ambiental das instituições de ensino superior em todo o mundo. Neste ranking a UFLA ocupa a 26ª posição no mundo.
Para a contextualização da tese, que tem a orientação do professor Elimar Pinheiro do Nascimento, Luciana Nóbrega fez uma visita à UFLA no período de 10 a 19 de fevereiro, o que permitiu o levantamento de uma série de indicadores no campo dos recursos hídricos. Professora da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf – câmpus Piauí), na área ambiental, a doutoranda ressalta que leva uma ótima impressão da UFLA, tendo confirmado diversas ações que poderão servir de referência para o estudo e também servir de exemplo para outras universidades do País.
Além de uma equipe de apoio durante sua visita à UFLA, Luciana Nóbrega foi recebida pela diretora de Meio Ambiente da UFLA, professora Zuy Magriotis, que apresentou as ações estratégicas do Plano Ambiental, em desenvolvimento na Instituição desde 2009. Defensora das práticas sustentáveis no câmpus, Zuy disse estar orgulhosa de abrir as portas da Universidade para mostrar as ações que têm se tornado referência para outras instituições, sobretudo, porque representam um exemplo de boas práticas para os estudantes em formação.
Abordagem Integrada
Entre outras contribuições, a tese pretende propor indicadores de sustentabilidade para nortear as ações das universidades brasileiras. No estudo, ela defende o conceito de “ambientalização”, que indica uma internalização da temática ‘Meio Ambiente’ nas diferentes esferas sociais. Esse conceito implica transformações no Estado, nas organizações e nos indivíduos, refletidas nas diversas áreas (política, institucional, profissional, cotidiana, dentre outras). Nesse sentido, Ambientalização Acadêmica denotaria o processo desencadeado especificamente nas universidades em estimular práticas de defesa do Meio Ambiente e ao uso sustentável dos Recursos Naturais.
Com base neste conceito, Luciana Nóbrega destaca a existência de uma cultura orgânica de sustentabilidade na UFLA, confirmada pela prática sistemática de ações que envolvem a comunidade acadêmica, além da produção de tecnologias, pesquisas e projetos de extensão. “O objeto da tese é identificar a relação das práticas realizadas nas universidades com o seu contexto regional, no âmbito dos Recursos Hídricos”, reforça, explicando ainda que o atual contexto de mudanças climáticas, a escassez hídrica e suas implicações para a manutenção da qualidade vida das populações, motivaram a escolha do tema.
A pesquisa é financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Piauí – Fapepi.