Com intuito de promover maior conscientização da comunidade acadêmica da Universidade Federal de Lavras (UFLA) com relação ao consumo excessivo de sal, o Departamento de Nutrição (DNU), por meio da disciplina “Tópicos Avançados em Nutrição e Saúde Pública”, realiza até sexta-feira (20/3) campanha na Universidade. A iniciativa integra a Semana Mundial de Conscientização sobre o Consumo de Sal, que acontece de 16 a 22 de março de 2015, e traz como tema principal “Sal e as Crianças”.
Após análises em laboratório, foi possível obter a quantidade de sal que há nos principais alimentos presentes na rotina dos universitários. Estas quantias estão sendo apresentadas a fim de mostrar, na prática, o que se consome habitualmente.
“Não temos a mínima noção da quantidade de sal que há nos alimentos. Esse tipo de campanha é muito interessante para vermos o que consumimos e nos conscientizarmos”, afirma o estudante de Educação Física José Henrique de Souza, que esteve na campanha nessa quinta-feira (19/3).
A iniciativa tem a coordenação da professora do Departamento de Nutrição Maysa Helena de Aguiar Toloni. Ela comenta que é preciso estar sempre atento aos rótulos dos alimentos, escolhendo os alimentos naturais, saudáveis e aqueles com menor quantidade de sódio para consumir no dia-a-dia. “Hoje, ocorre cada vez mais cedo a introdução de alimentos industrializados na rotina das crianças, e é preciso ter muito cuidado com isso, pois o consumo de macarrão industrializado por crianças menores de um ano, por exemplo, corresponde a 1000% da quantidade de sódio recomendada para o dia todo nessa idade”, comenta a professora.
O consumo médio de sal no Brasil é de 12g por dia por pessoa, enquanto o recomendado é o consumo máximo de apenas 5g. De acordo com Maysa, este consumo se mostra exacerbado não só entre crianças como também entre os adultos. “O consumo excessivo de sal pode levar ao desenvolvimento de doenças que são consideradas as principais causas de morte atualmente no mundo, que são as cardiovasculares como a hipertensão arterial, e outras como disfunções renais”, conclui Maysa.
Os alunos da disciplina de Tópicos Avançados em Nutrição e Saúde Pública afirmam que novas campanhas como essa serão realizadas na UFLA.
Pesquisa na UFLA
O conhecimento sobre o poder de salga e as características sensoriais de produtos substitutos ao cloreto de sódio tem sido uma linha de pesquisa em desenvolvimento na UFLA. Esses estudos tem a orientação da professora Ana Carla Marques Pinheiro, que comanda uma equipe de estudantes de graduação e pós-graduação focados nesta temática.
Um dos estudos busca reduzir o tamanho das partículas do sal em dimensões micro, o que pode proporcionar maior intensidade na percepção do salgado e, consequentemente, permite a redução da quantidade necessária em produtos tipo snacks, mantendo a mesma qualidade sensorial.
Outra pesquisa tem foco no desenvolvimento de um mix de diferentes sais, para a substituição do cloreto de sódio em diferentes alimentos. O objetivo é determinar a quantidade necessária de substitutos ao cloreto de sódio para promover o mesmo grau de salinidade. Uma das conclusões é que esses substitutos têm um comportamento diferente em cada matriz, potência e perfil de sabor. Portanto, é necessário testar os substitutos do sal no produto específico que é desejado a redução do sal.
Texto: Camila Caetano – jornalista bolsista/UFLA