Qual a forma correta deste e demais verbos semelhantes: contatemo-nos ou contatemos-nos? Essa forma verbal possui o “s” ou não?
Em nossas correspondências oficiais, é comum o uso do plural majestático. Nesse caso, eu devo escrever solicitamos-lhe, encaminhamos-lhe, ou, como sugere o corretor ortográfico do computador: solicitamo-lhe e encaminhamo-lhe?
Gostaria de informações acerca do uso dos pronomes no, na, nos, nas, lo, las etc. Qual seria a forma correta: Manoel amou intensamente seus filhos, dava-lhes apoio irrestrito e pequenos gestos faziam-nos fortes ou faziam-os fortes (no sentido de fazer eles fortes).
A melhor orientação: escreva encaminhamos-lhe o documento, solicitamos-lhes as fotos, fizemos-lhe um favor, com o S da desinência mos antes do pronome lhe . Elimine o S com os oblíquos nos e lo(s) apenas: vamo-nos, encontramo-nos, amamo-lo, temo-lo [temos + o].
Quanto aos pronomes enclíticos o, a, os, a s , sua forma depende da terminação do verbo:
Altera-se para lo, las, los, las quando a forma verbal termina em R, S, Z, como deixar, contatemos, faz , caindo essa consoante na nova composição: vamos deixá-lo em casa / contatemo-los agora / fá-los bem feitos.
Altera-se para no, na, nos, nas quando o verbo termina em som nasal: dão-no / põe-na / mostram-nas / fazem-nos .
Gostaria de saber como devo escrever e pronunciar a palavra recorde: como paroxítona ou proparoxítona?
A sua dúvida faz sentido, pois se ouvem as duas pronúncias no Brasil. Uma, à inglesa: récorde ; outra, com base na grafia aportuguesada como paroxítona: recorde . O dicionário Houaiss 2009 registra, no verbete recorde, a variante recorde. Na edição anterior, havia a observação de que, pelo menos no Brasil, ocorre também como palavra proparoxítona: récorde .
Por pressão social, repórteres de televisão e rádio, assim como falantes em atos oficiais, estão cada vez mais usando a forma paroxítona, embora ainda possa causar certa estranheza nos ouvintes. Se o inglês ticket foi aportuguesado conforme absorvido pelos falantes de português, isto é, tíquete , assim com acento indicativo de proparoxítona, por que não se oficializa, afinal, a grafia récorde ?
Fonte: www.linguabrasil.com.br
Paulo Roberto Ribeiro – ASCOM