Embora o processo de acessibilidade dos sites e portais do governo federal atenda a uma legislação de aplicação obrigatória, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) está sensibilizada para a necessária utilização de recursos de tecnologias assistivas, para garantir que as informações disponibilizadas em seus sites estejam disponíveis a todos os públicos.
Em dezembro de 2014, foi nomeada uma comissão especial com o objetivo de realizar estudos e criar propostas que regulamentem a implantação do Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico (e-MAG), no âmbito da UFLA. A comissão tem representantes da Diretoria de Gestão e Tecnologia da Informação (DGTI), da Assessoria de Comunicação (ASCOM) e do Núcleo de Acessibilidade da UFLA, sob a coordenação do professor André Pimenta Freire, do Departamento de Ciências da Computação, um dos colaboradores do governo federal na elaboração da nova versão do e-MAG.
Nesta terça-feira (2/6), teve início o curso Modelo de Acessibilidade em Governo Eletrônico – e-MAG destinado a conteudistas e desenvolvedores, com a participação de técnicos da DGTI, estudantes que participam do Programa Institucional de Bolsas (Proat/ASCOM) e demais profissionais interessados na temática. O curso segue o conteúdo proposto Escola Nacional de Administração Pública (Enap), com a coordenação e aplicação do professor André Freire (DCC/UFLA). Uma nova turma será destinada aos profissionais responsáveis pela atualização dos sites de pró-reitorias, diretorias, departamentos e setores da Universidade.
Incentivo para a acessibilidade
Durante a primeira aula presencial do curso, os participantes foram sensibilizados com a apresentação do estudante Nilmar Ronizete Machado, advogado que cursa a segunda graduação no curso de Administração Pública da UFLA. Desde que perdeu a visão, as dificuldades exigiram de Nilmar muita persistência e também conhecimento lutar contra as barreiras impostas aos portadores de deficiência.
Utilizando um software leitor de telas, recurso de tecnologia assistiva, Nilmar fez uma demonstração da dificuldade de navegar em um site que não foi preparado para atender de forma eficiente e eficaz a todos os públicos. E destacou: “essa é uma bandeira de todos, não é uma questão minha ou sua, mas de todos”, lembrando que no Brasil devem existir, seguindo à previsão do último Sensu, cerca de 50 milhões de pessoas com algum tipo de deficiência.
A sensibilização para a universalidade da WEB foi o foco da apresentação do professor André Freire. Referência nesta temática, o professor apontou alguns motivos que norteiam a adoção de um modelo de acessibilidade. Em sua avaliação, o primeiro motivo é o dever moral de promover a inclusão de todas as pessoas, seguido por motivos legais e também econômicos, já que a parcela de pessoas portadoras de deficiência também deve ser considerada em um modelo de negócio voltado para o ambiente WEB.
Além disso, no caso da UFLA, a falta de recursos de acessibilidade pode prejudicar a Instituição em avaliações para rankings nacionais e internacionais, já que o Google, um dos recursos utilizados para a avaliação de presença na WEB, utiliza um leitor de telas semelhante aos usados por cegos. Assim, só é reconhecido o conteúdo disponibilizado e acessível para todas as pessoas.
“Ao nos preocuparmos com as pessoas com deficiência, acabamos contribuindo com o desenvolvimento de tecnologias que são úteis para toda a sociedade”, conclui o professor.
Próximos passos
Até dezembro de 2015, existe um cronograma para ser cumprido rumo à adequação do Portal da UFLA ao modelo de acessibilidade. Além da capacitação da equipe de desenvolvimento e conteudistas, será feita uma revisão dos aspectos que necessitam alterações, priorização e realização das ações no Portal, incluindo a inspeção técnica e testes com usuários.