A Universidade Federal de Lavras (UFLA) sempre foi amparada no tripé indissociável Ensino, Pesquisa e Extensão, desde sua fundação, em 1908, por missionários americanos. Em sua trajetória, as atividades de extensão sempre mereceram destaque, como elo fundamental entre a academia e a sociedade. Porém, seguindo a Política Nacional de Extensão e o Plano Nacional de Educação (2011-2020), a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) avalia a creditação dessas atividades nos currículos de Graduação.
A mudança curricular deverá reservar uma cota mínima do total de créditos exigidos para os cursos de graduação, para a atuação dos estudantes em atividades de extensão.
Para amparar esse procedimento, foi realizada na sexta-feira (19/6) uma reunião no Salão dos Conselhos da UFLA, com a apresentação da superintendente Acadêmica de Extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Ana Inês Souza. Ela compartilhou com servidores da Proec e Pró-Reitoria de Graduação (PRG) a experiência exitosa do reconhecimento e validação das atividades de extensão, previstos nos currículos da UFRJ desde 2013.
Na avaliação do pró-reitor de Extensão e Cultura, professor José Roberto Pereira, as atividades de extensão já são contabilizadas no histórico escolar dos estudantes, como Atividades Curriculares Complementares (ACC), porém, o esforço agora é para que a extensão seja de fato institucionalizada no currículo escolar de todos os egressos da Universidade. A ideia é creditar e explicitar nos históricos escolares as atividades previstas pela Política Nacional de Extensão – ou seja, programas, projetos, cursos e eventos.
As experiências já consolidadas na UFRJ e na Universidade Federal de São Carlos são referências para embasar os procedimentos adaptados à realidade da UFLA. “O que está colocado é a valorização das atividades de extensão, benefícios não apenas para os estudantes, mas também para docentes e técnicos administrativos, que poderão coordenar e ampliar o número de projetos relevantes para a Instituição”. Considerou ainda as atividades de extensão podem contribuir para a redução da evasão escolar.
Outro ponto importante abordado pelo pró-reitor faz referência à revisão da resolução que trata dos concursos e progressão na carreira, para a inclusão da exigência mínima de atividades de extensão.
Experiência compartilhada
Ana Inês Sousa apresentou na UFLA a experiência da UFRJ no processo de inclusão das atividades de extensão no currículo dos cursos de graduação. A resolução foi oficializada em 2013 e os benefícios já podem ser mensurados. “As avaliações dos cursos que já implementaram a norma foi muito positiva, além de ter contribuído para reduzir a evasão. Isso ocorre porque o estudante é envolvido, desde o início, em atividades que o aproximam da realidade em que vai atuar. Mesmo recente, o resultado é positivo, pois formamos um profissional muito mais comprometido”, destaca.
Professora do Departamento de Enfermagem e Saúde Pública da Escola de Enfermagem Anna Nery – UFRJ, Ana Inês considerou que a UFLA já tem o perfil de extensão, com tradição nesta área. “O que falta é apenas o reconhecimento institucional”, avalia.