A Fundação do Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) divulgou os resultados da primeira pesquisa que mede indicadores da opinião pública sobre Ciência e Tecnologia (C&T) no Estado. O trabalho foi realizado pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) – por meio do Observatório Incite (Inovação, Cidadania e Tecnociência) – com o apoio da Fapemig.
Embora o estudo tenha demonstrado que a opinião dos mineiros sobre C&T é, em geral, positiva, os entrevistados manifestaram preocupação com questões ligadas à ética, controle social da C&T, efeitos sociais e ambientais e demandaram maior participação nas decisões ligadas à área. Outro ponto levantando foi a necessidade de inovar a comunicação científica, promovendo debates, encontros e eventos sobre C&T para aumentar o acesso da população à ciência.
“Sabemos das dificuldades da área, mas precisamos aumentar a produtividade no setor de Ciência, Tecnologia e Inovação. É importante estarmos atentos ao relacionamento entre Governo, Instituição de Ensino e pesquisador para promover uma comunicação pública focada no diálogo”, acrescenta Evaldo Vilela, presidente da Fapemig.
A amostra ouviu 2000 pessoas em todas as regiões de Minas, que representam a população com idade superior a 16 anos. O grau de precisão é de 95%, com erro amostral de 2% para mais ou para menos.
Principais resultados da pesquisa:
- Grande parte dos mineiros de quase todas as camadas sociais declaram interesse por C&T;
- Os interesses dos mineiros mudam também com a idade. Com o avanço da idade, aumenta o interesse sobre temas religiosos, enquanto que os jovens declaram interesse elevado para o esporte e para C&T. Adolescentes de 15 e 16 anos se interessam por ciência e tecnologia muito mais que os adultos com 55 anos de idade ou mais;
- Os homens se declaram mais interessados do que as mulheres em esportes, política, ciência e tecnologia. As mulheres estão, em média, mais interessadas que os homens em medicina, saúde e religião;
- O interesse em temas de C&T, medicina e meio ambiente é mais elevado em regiões menos ricas: Jequitinhonha, Vale do Mucuri, Norte de Minas;
- As atitudes dos mineiros sobre C&T são, em geral, otimistas e positivas, prevalecendo a percepção dos benefícios da pesquisa científica, a confiança nos cientistas e seu trabalho e a valorização da importância do investimento público em C&T;
- As pessoas mais informadas não necessariamente possuem visões mais positivas e as pessoas com visão mais cautelosa ou crítica não necessariamente possuem menor grau de escolaridade: a velha ideia de que “ignorância gera medo” está, em parte, errada;
- 44% dos entrevistados disseram que uma das motivações do cientista é “contribuir para o avanço do conhecimento”; 39% disseram que é também “solucionar problemas das pessoas”;
- Apesar do interesse declarado por temas científicos e tecnológicos e das atitudes positivas, o grau de acesso à informação da grande maioria dos mineiros é muito baixo;
- O consumo de informação científica é baixo e tem como principal fonte de informação a mídia televisiva;
Confira o resumo executivo da Pesquisa aqui.
Fonte: Fapemig