No período de 1 a 3 de julho, o Brasil sediou pela primeira vez a International Silage Conference, considerada a mais importante para os pesquisadores que trabalham com silagem no mundo. O evento foi realizado em piracicaba, tendo como instituição anfitriã a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – Universidade de São (Esalq/USP). Apenas doze pesquisadores foram convidados como prelecionistas especiais, entre eles, o único brasileiro foi o professor Thiago Bernardes, do departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (DZO/UFLA).
Durante a apresentação, com a presença de pesquisadores de diferentes partes do mundo, o professor ressaltou as práticas mais comuns no Brasil para a produção de silagem, incluindo os desafios e avanços nos últimos anos. De acordo com o professor, o convite é resultado do impacto de um artigo recentemente publicado pelo grupo de pesquisa da UFLA no Journal of Dairy Science, um dos periódicos mais importantes da área de Zootecnia.
O artigo traz um levantamento realizado com cerca de 300 produtores de 25 estados brasileiros, sobre as práticas de confecção e uso de silagens em fazendas leiteiras. No estudo, ficou evidenciada a existência de dois grandes grupos de produtores, aqueles que possuem recursos financeiros e que adotam tecnologias e o outro grupo, geralmente caracterizado pelos pequenos que ainda sofrem com falta de equipamentos e insumos. Este segundo grupo geralmente confecciona silagem de pior qualidade, pois não possuem máquinas para se realizar a colheita na época correta, os quais dependem de empréstimo de equipamentos. Os grandes produtores, de forma geral, confeccionam silagens de qualidade satisfatória, mas enfrentam falta de mão de obra.
Por meio dos resultados desta pesquisa foi possível concluir que os produtores brasileiros necessitam de mais linhas de crédito para adquirir equipamentos e de uma extensão rural mais eficiente, de forma que haja uma conexão segura entre as pesquisas que são desenvolvidas e as práticas que são aplicadas.
“Ambos os grupos têm sofrido com as mudanças climáticas, principalmente a seca, que afeta a produtividade das culturas, além de erros de manejo, que são considerados básicos para quem está na atividade”, enfatizou.
Além do professor Thiago Bernardes, sete integrantes do Núcleo de Estudos sobre Forragicultura (Nefor) participaram da conferência para apresentação de trabalhos na forma de pôsteres.