O fenômeno conhecido como Lua Azul ocorrerá na noite desta sexta-feira (31/7) e instiga a curiosidade de quem se interessa pela observação do céu. Os coordenadores do projeto de extensão A Magia da Física e do Universo – professores Karen Luz Burgoa Rosso e José Nogales – enviaram à Assessoria de Comunicação da Universidade Federal de Lavras (Ascom/UFLA) informações que ajudam a compreender a ocorrência.
De acordo com eles, as pessoas observarão nesta noite uma lua cheia comum, que não terá necessariamente a tonalidade azulada sugerida pelo nome do fenômeno. O que há de especial é o fato de ela ser a segunda lua cheia do mês. Normalmente, cada mês tem apenas uma lua cheia. Mas em julho, a primeira lua cheia foi registrada em 2/7 e agora outra se faz presente 31/7.
Se o número de dias do ano (365,25) for divido pelo número de dias do ciclo lunar (29,5 dias), o resultado indica a ocorrência de 12,38 luas cheias anuais. Esses “0,38” vão se acumulando e, associados à variação do número de dias nos meses (28 a 31), acabam fazendo com que, de tempos em tempos, um ano tenha 13 luas cheias. Depois de 2015, o fenômeno deve se repetir apenas em 2018.
O termo Lua Azul, entretanto, é popularmente utilizado desde a década de 1940, quando a revista Sky and Telescope publicou um texto que equivocadamente nomeava a segunda lua cheia do mês como lua azul, expressão que acabou permanecendo. Na verdade, a tonalidade azulada da lua pode ocorrer em situações de grande concentração de fumaça, como os incêndios florestais, por exemplo. A fumaça contém partículas de poeira de um mícron de espessura, aproximadamente o mesmo comprimento de onda da luz vermelha. As partículas desse tamanho dispersam a luz vermelha, permitindo a passagem da luz azul.
O considerado mais comum é a ocorrência da Lua Vermelha, observada quando o satélite está próximo do horizonte. A atmosfera contém partículas de espessura microscópica (menores que as contidas na fumaça) que dispersam a luz azul e dão lugar à tonalidade avermelhada à medida que a luz atravessa camadas mais espessas da atmosfera. O mesmo ocorre com o Sol quando está próximo do horizonte, originando o Pôr do Sol Vermelho.