Há décadas, a Universidade Federal de Lavras (UFLA) é reconhecida pela contribuição para o ensino, a pesquisa e a extensão em temas relacionados ao café. Esse reconhecimento atrai muitos visitantes do Brasil e do exterior para conhecer as pesquisas desenvolvidas na Universidade. Nos últimos anos, os resultados alcançados pelos estudos do professor Flávio Meira Borém têm conquistado um número significativo de admiradores.
Um deles é Juca Esmanhoto – empresário, barista e apaixonado por café que iniciou um projeto inusitado de percorrer fazendas produtoras com o intuito de conhecer o processo de produção e trocar experiências com pessoas envolvidas nesse processo. Proprietário da Rause Café+Vinho, em Curitiba, Juca Esmanhoto fez uma pausa nesta quarta-feira (16/9) em Lavras, na UFLA, especialmente para conhecer o professor Borém e sua equipe de pesquisa.
O roteiro segue por fazendas de Minas Gerais, previamente selecionadas para receber a equipe do Rause Café na Estrada. Além de Juca, uma fotógrafa e um cinegrafista registram todas as passagens, incluindo a produção de minidocumentários e um livro. O objetivo é finalizar o projeto com uma exposição fotográfica na programação da Semana Internacional do Café, que será realizada em Belo Horizonte, de 24 a 26 de setembro.
No roteiro, já foram visitadas fazendas em Paraisópolis, Araxá, Patrocínio, Ibiraci, Santo Antônio do Amparo e Carmo de Minas. Ainda estão previstas fazendas em Alto Caparaó e Ervália. A seleção das fazendas foi decorrente da avaliação das amostras previamente encaminhadas para o projeto.
Durante a viagem, em todas as paradas, a equipe chega com uma máquina de expresso La Marzocco, monta uma pequena estrutura e apresenta cafés especiais selecionados para diferentes públicos, do proprietário da fazenda ao homem de campo, que provavelmente nunca teria a chance de experimentar o café oferecido com as melhores técnicas de um barista. As pessoas da cidade também têm a oportunidade de conhecer a forma como o café produzido no município é servido nos principais mercados consumidores do mundo.
“Lavras está no roteiro apenas para conhecermos o professor Borém, já que acompanhamos os resultados de suas pesquisas e são muito importantes”, considerou Juca Esmanhoto. Ele explicou que a escolha da UFLA no roteiro também serve para que as pessoas se conscientizem da importância da pesquisa para o desenvolvimento de tecnologias e como retorno para o setor produtivo e para própria sociedade.
Para o professor Borém, uma distinção e honra. “O projeto buscou identificar uma instituição e um projeto de pesquisa que pudesse representar os cafés especiais do Brasil. Esse é um projeto incrível, porque inova ao apresentar ao consumidor final as etapas de produção do café, a sua origem e as tecnologias envolvidas nesse processo”, destacou.
Para a realização do Rause Café na Estrada outra parte importante é a arrecadação via crowdfunding, método de financiamento de projetos bacanas onde os doadores são beneficiados direta ou indiretamente. “Escolhemos o crowdfunding porque é uma forma de sair da lógica tradicional de consumo. Quem doa ajudar a concretizar o projeto e ainda escolher um agrado”, explica o idealizador do projeto.
“Hoje eu conheço mais profundamente todos os processos da produção do café até a fase urbana, como a maioria das pessoas conhece o produto. Isso certamente contribui para ser um profissional mais completo”, conclui.