Nesta sexta-feira (19/2), Mobilização Nacional da Educação para o combate ao mosquito Aedes aegypti tomou conta do País e modificou a rotina da Universidade Federal de Lavras (UFLA) durante toda a manhã. A Universidade é uma das parceiras do governo federal no Pacto da Educação Brasileira contra o Zika, firmado em 4 de fevereiro entre o Ministério da Educação (MEC), demais representantes do governo federal, de estados e municípios, além de instituições e organizações públicas e particulares.
A mobilização no câmpus da UFLA contra o Aedes aegypti foi organizada pela Coordenadoria de Prevenção de Endemias, vinculada à Diretoria de Meio Ambiente (Cope/DMA). A ação contou com a participação de cerca de 60 estudantes de graduação e pós-graduação, além de docentes e servidores, para mobilização e realização de uma varredura em busca de possíveis focos e eliminação.
Vale ressaltar que na UFLA as atividades de monitoramento e avaliação espaço-temporal do vetor Aedes aegypti, por meio de armadilhas de oviposição (ovitrampas), vem sendo realizadas desde 2011. O programa sistemático de controle e combate ao Aedes aegypti é uma das ações do Plano Ambiental e Estruturante.
Para a reitora em exercício, professora Édila Vilela de Resende Von Pinho, a UFLA está atenta ao desafio de combater o mosquito Aedes aegypti, não apenas em ações pontuais de mobilização, mas por meio de um programa sistemático de prevenção. “Cerca de 13 mil pessoas circulam por nosso câmpus e é nossa responsabilidade zelar pela saúde e segurança da nossa comunidade, além de participar efetivamente de ações de mobilização em nossa cidade”, reforçou.
Mobilização no câmpus
Nesta sexta-feira, durante a ação, todos os departamentos e setores da Universidade foram vistoriados na busca por possíveis focos do mosquito vetor, para controle e monitoramento e recolhidos materiais com risco de acumular água. Durante as próximas semanas, o monitoramento nas obras será intensificado.
Também houve a distribuição de panfletos e folders da mobilização nacional, bem como material desenvolvido pela Cope/UFLA. A mobilização teve o apoio de um representante em cada departamento, que ficará responsável pelas ações a serem desenvolvidas nas próximas semanas (conforme programação de Mobilização da Educação contra o Zika do Ministério da Educação).
Mobilização na cidade
Além do câmpus da UFLA, a mobilização se estendeu para a cidade, com ação coordenada na Escola Municipal Umbelina Azevedo Avellar, no bairro Vale do Sol. Na oportunidade, foram realizadas palestras e distribuição de material informativo da mobilização nacional e desenvolvido pela Cope/UFLA (cartilhas infantis e folders), alcançando cerca de 650 crianças. Também foi realizado um diagnóstico situacional do entorno da escola e recolhidos materiais que poderiam se tornar possíveis criadouros do mosquito. A ação foi desenvolvida com a presença de autoridades municipais e o apoio da Polícia Militar.
Para a diretora da escola, professora Tatiane Silva Rodrigues de Souza, a ação foi muito positiva. “Faz muita diferença quando vem uma equipe de fora conversar com os meninos, pois permite uma melhora na aprendizagem deles com relação a dengue e outras doenças. Isso é fundamental, pois eles agem de acordo com o exemplo que damos na escola”.
A aluna Lívia Costa Santos, do 7º ano, mostrou que aprendeu o recado. “Foi muito interessante o que foi feito aqui na escola, principalmente a varredura que nós acompanhamos. Não imaginava que na escola pudesse ter tanta possibilidade de focos de dengue. Temos que olhar tudo mesmo e repassar o que eles nos ensinaram”.
Mobilização no País
Estão mobilizadas para a ação as 188.673 escolas de educação básica, as 63 universidades federais e os 40 institutos federais e Centros Federais de Educação Tecnológica, além de diversas entidades do setor educacional. A expectativa é usar o alcance das redes federal, distrital, estaduais e municipais de educação, em todos os níveis, da pré-escola à pós-graduação, para levar informações sobre as formas de extermínio do mosquito e identificação da doença.
O setor educacional tem o potencial de alcançar um público de 60 milhões de pessoas, considerando os 56 milhões de estudantes de todos os níveis de ensino; os 2,1 milhões de professores da educação básica; os 396,5 mil professores da educação superior e os 414,5 mil servidores técnicos administrativos da educação superior. Por isso, a escola deve ser o centro de mobilização e conscientização da comunidade, interna e externa, para o combate à proliferação do mosquito.
O Combate permanece
A verificação periódica do câmpus para detecção precoce da presença do Aedes aegypti contribui para quantificar e identificar as áreas de risco para a ocorrência do inseto vetor. Estão espalhadas em pontos estratégicos da universidade 20 armadilhas do tipo ovitrampa, avaliadas semanalmente pela equipe do Laboratório de Biologia Parasitária (Biopar), para contagem dos ovos e identificação das espécies presentes em cada ambiente.
Essas análises permitiram verificar que a frequência de deposição de ovos tem sido registrada nos meses de fevereiro, março, abril e dezembro, o que corrobora com indicadores pluviométricos do município. Diante desses dados, as ações de educação em saúde têm sido intensificadas nesses meses. Tanto as ações realizadas dentro da universidade, como aquelas realizadas por meio de parcerias na cidade de Lavras.
Segundo a professora Joziana Barçante, outra inferência se refere às espécies identificadas. “A espécie mais abundante no câmpus é Culex quinquefasciatus, que até o presente momento não possui relação com a transmissão dos vírus dengue, chikungunya ou zika. As espécies Ae. albopictus e Ae. aegypti têm sido observadas em proporções bem menores”, afirma.
Nos locais onde são identificados focos de culicídeos, a Prefeitura do câmpus é orientada a realizar as ações administrativas necessárias.
Galeria de fotos. Clique na primeira foto e siga a seta para abrir as demais em tamanho expandido. Fotos: Cibele Aguiar e Camila Caetano.
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Texto com a colaboração de Camila Caetano, jornalista/bolsista UFLA