O polímero hidro retentor – tecnologia que vem sendo pesquisada na Universidade Federal de Lavras (UFLA) – como alternativa para o plantio de café em períodos de estiagem ou tardio, ganhou mais uma etapa de validação de sua eficácia. Desta vez, o estudo levou em consideração o efeito do gel no desenvolvimento e na produtividade inicial dos cafeeiros.
“O uso de polímeros já é bem consolidado na eucaliptocultura, pois absorvem água e a liberam de forma gradual, proporcionando melhores condições à planta nos períodos de estresse hídrico, além de possibilitar a otimização e economia de água. Diante dessa aplicação e benefícios, o estudo analisou o uso do polímero na cultura do café, levando-se em consideração que ao antecipar a época de plantio é possível conseguir maior produtividade inicial, o que resulta em menor tempo de recuperação do capital investido pelo cafeicultor”, explicou o integrante do Núcleo de Estudos em Cafeicultura (Necaf), Felipe Guimarães Viana, que defendeu monografia sobre o “Desenvolvimento inicial de cafeeiros plantados em diferentes épocas com Polímero Hidrorretentor” para obtenção do título de Bacharel em Agronomia da Universidade Federal de Lavras (UFLA).
O estudo buscou compreender o efeito do polímero hidrorretentor hidratado para plantas jovens em diferentes épocas de plantio. Os resultados desse e de outros estudos realizados na UFLA têm apontado para a possibilidade de diminuir as perdas de mudas no campo em períodos de estiagens com a utilização dessa nova tecnologia para a cultura do café. Nesse trabalho também ficou evidente que o plantio antecipado (outubro) promove maior crescimento das plantas em campo, com possibilidade de aumento das primeiras produções em relação as lavouras plantadas tardiamente (março).
REFERÊNCIA NA ÁREA
A tecnologia conhecida como gel hidrorretentor é tema de estudos desenvolvidos na UFLA, desde 2012, e as pesquisas desenvolvidas apresentam resultados positivos no plantio do café e na economia hídrica. De acordo com o professor da UFLA e orientador do estudo, Rubens José Guimarães, “a adaptação da tecnologia de aplicação do gel na cafeicultura poderá, a médio prazo, proporcionar aumentos significativos em produtividade das lavouras além de contribuir para um maior aproveitamento da água das chuvas e economia significativa de água nos plantios irrigados. É a pesquisa contribuindo mais uma vez para a solução de problemas que afligem a humanidade, como é o caso da escassez de água”.