Projeto de Gestão em Ciência, Tecnologia e Inovação possibilitou a criação de plataforma digital para classificação, análise física e microestrutura de cafés especiais.
Com intuito de organizar, catalogar e agregar valor às diferentes etapas do processo de análise de cafés, o projeto desenvolvido pelo mestrando do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas e Automação da Universidade Federal de Lavras (UFLA), Dimas Samid Leme, analisou informações referentes aos cafés tratados pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia do Café (INCT-Café) e pelo Polo de Tecnologia em Qualidade do Café, ambos situados na Agência de Inovação do Café (InovaCafé) da UFLA.
A plataforma “LeGusta” vem implementar e comparar diferentes técnicas de inteligência computacional para classificação de cores em grãos de café torrados desenvolvendo três aplicações para dispositivos mobiles nas versões Android e iOs, que possibilitará a representação do processo de análise sensorial definido pelo Concurso Mineiro de Cafés Especiais promovido pelo Polo de Tecnologia em Qualidade do Café, permitindo modelar e implementar o dispositivo para medição de temperatura das xícaras durante o processo de degustação que estejam sincronizadas com a aplicação, também através do aplicativo os modelos de comunicação serão lançados na web afim de disponibilizar informações em tempo real.
O sistema possui mecanismo automatizado para coleta do grau de torra de amostras de café baseada em escala Agtron, uma linha graduada definida pela Specialty Coffee Association of America (SCAA) e pela Agtron, empresa norte-americana que produz equipamentos para seleção de café, por meio de imagem, essa coleta possibilitará maior agilidade e garantia no controle de dados referentes as análises realizadas.
De acordo com orientador da pesquisa, professor da UFLA, Bruno Henrique Groenner Barbosa, a possibilidade de caracterização de diferentes níveis de torra por meio de imagens fotográficas possibilita, de imediato, uma grande redução dos custos de implementação se comparadas aos modelos convencionais. Além de permitir uma integração em tempo real com um sistema de armazenamento e controle. Ele explica que ao se utilizar uma aplicação portátil pretende-se reduzir o tempo de avaliação e ajudar os avaliadores a escolherem, dentre uma listagem de tipos de fragrância, aroma e sabor, aquelas que mais se pronunciaram naquela amostra.
“Este aplicativo veio para facilitar e agilizar o processo de análise sensorial, ao passo que o avaliador não necessita controlar uma prancheta e caneta, além de outros materiais. A importância está na construção de uma plataforma que organiza e armazena dados de cafés, podendo futuramente haver uma seleção de dados que poderá definir características de longo prazo, como por exemplo: quais cafés são os mais bem pontuados em Minas Gerais, quais são os mais doces, quais os mais aromatizados e etc.” explica Dimas.
A coorientadora da pesquisa e professora da UFLA, Rosemary Gualberto Fonseca Alvarenga Pereira, afirma que a plataforma exercerá um forte impacto nos diferentes segmentos do setor cafeeiro, por ser um instrumento científico e de inovação tecnológica que subsidiará de forma objetiva as avaliações qualitativas do café.