Lançado em Abril de 2014, o Sistema Urubu já conta com mais de 17 mil parceiros responsáveis por registrar e enviar informações sobre atropelamentos de animais silvestres em todo o país. Fotos e coordenadas colhidas por meio de um aplicativo para celular são validadas por especialistas e direcionadas a um banco de dados, cujas análises têm apoiado a elaboração e a qualificação de ações e de políticas públicas para a redução de mortes de animais em rodovias, estradas e ferrovias.
A iniciativa se vale da chamada Ciência Cidadã, onde procedimentos científicos são compartilhados e complementados pela sociedade, no caso, fazendo de cada pessoa uma aliada da conservação da biodiversidade, da vida. O trabalho já foi apoiado por instituições como Fundação Grupo Boticário, Tropical Forest Conservation Act, Funbio – Fundo Brasileiro para a Biodiversidade, Tetra Pak e Concessionária Auto Raposo Tavares.
O Sistema Urubu, que além da versão para celulares têm interfaces abertas para visualização de dados e de mapas na Internet, é mais um fruto do trabalho do Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas (CBEE) da Universidade Federal de Lavras (MG), o maior do gênero no país.
Ainda em 2012, pesquisadores ligados ao centro reuniram os estudos disponíveis para o território nacional sobre atropelamentos de fauna selvagem. As estimativas apontaram para cerca de 500 milhões de animais selvagens morrendo todos os anos no Brasil. Essa assustadora taxa se traduz na mortalidade de 1,3 milhão de animais por dia, ou 15 a cada segundo.
Além do Urubu, outras ações nos campos da comunicação, mobilização e políticas públicas estão em curso com apoio do CBEE. O primeiro Dia Nacional de Urubuzar aconteceu simultaneamente em 120 locais no país, envolvendo zoológicos, ONGs, concessionárias de rodovias, universidades e órgãos governamentais em debates e na definição de medidas contra atropelamentos de fauna. Mais de 40 mil pessoas se envolveram nas atividades daquele 15 de Novembro de 2015.
Com apoio de parlamentares como o deputado Ricardo Izar Júnior (PP-SP) e de entidades como a Rede Nacional Pró Unidades de Conservação, aguarda votação no plenário da Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 466/2015, justamente sugerindo “a adoção de medidas que assegurem a circulação segura de animais silvestres no território nacional, com a redução de acidentes envolvendo pessoas e animais nas estradas, rodovias e ferrovias brasileiras”.
Faz todo o sentido. Além da perda de animais cujas vidas ajudam a manter o equilíbrio ecológico de florestas e outras formações naturais, apoiando a regulação do clima e o fornecimento de água, por exemplo, reduzir o atropelamento de fauna também ajudará a poupar vidas humanas. Dados do Ministério dos Transportes mostram que todo ano acontecem mais de 4 mil acidentes com veículos e animais de maior porte. O resultado são aproximadamente 1.000 pessoas feridas e 68 mortas no mesmo período.
Atalhos do Sistema Urubu
APP Urubu – para Android e iOS, baixar pelas interfaces de aplicativos de cada celular
Centro Brasileiro de Estudos em ecologia de Estradas