A mosca branca, Bemisia tabaci, é considerada uma das principais pragas da atualidade em função dos danos que causam. Possuem alta taxa reprodutiva, grande capacidade de adaptação, ampla gama de plantas hospedeiras e dificuldade de controle devido à rápida seleção de populações resistentes às moléculas inseticidas. Dessa forma, o inseto é responsável por grandes perdas em culturas agrícolas, causando danos econômicos à agricultura brasileira.
Pensando nisso, o Núcleo de Estudos em Entomologia (Neento), juntamente com a professora Rosangela Cristina Marucci do Departamento de Entomologia da UFLA (DEN), promoveu o Ciclo de Palestras sobre a Mosca Branca. O evento ocorreu no último dia 5, no Auditório do DEN, e contou com a presença de pesquisadores do Instituto Biológico de São Paulo.
Durante o ciclo foram realizadas quatro palestras pelos pesquisadores do instituto, que trabalham com mosca branca na cultura da batata em todo o País. A primeira palestra foi “Epidemiologia de mosca branca em batata”, ministrada pelo pesquisador Fernando Javier Sanhueza Salas, que abordou a biologia da mosca branca, transmissão de vírus e disseminação de viroses na cultura da batata e tomate. A segunda palestra foi “Comportamento de Bemisia tabaci”, ministrada pela pesquisadora Lillian S. Pereira, que apresentou o comportamento alimentar da mosca branca e sua relação com a transmissão de vírus.
A terceira palestra, denominada “Caracterização de vírus transmitidos por mosca branca”, foi ministrada pela doutoranda Samantha Zanotta. Ela caracterizou os principais vírus transmitidos pela mosca branca e expôs os principais testes diagnósticos utilizados para detecção de vírus em plantas e no inseto. A última palestra “Endossimbiontes associados no processo de transmissão de vírus por Bemisia tabaci” foi apresentada por Thiago Pap, que exibiu os principais resultados de suaa dissertação de mestrado, com ênfase nos microrganismos simbiontes que estão associados à mosca branca e que têm um papel fundamental na capacidade ou não de o inseto transmitir vírus.
Os pesquisadores do IB doaram uma colônia de moscas brancas considerada pura, por não ter tido nenhum contato com inseticidas, para a criação, reprodução e condução de pesquisas na UFLA. Ao final do evento, o debate foi aberto ao público presente.
Para a professora Rosangela, responsável pela organização do evento, o tema é atual e de relevância para o cenário econômico brasileiro: “Contamos com a participação de pesquisadores de renome que trouxeram, além da experiência prática com produtores de batata, resultados de pesquisa utilizando técnicas sofisticadas de Biologia Molecular e EPG (Electrical Penetration Graphs). Também foi uma oportunidade de estabelecermos parcerias para realização de novos cursos e projetos de pesquisa em colaboração entre o Instituto Biológico e Departamento de Entomologia da UFLA” relatou.
Texto: Luciana Tereza, estagiária Ascom/UFLA. Com informações de Luiz Alberto Silva, bolsista Proat/Ascom.