Na quinta-feira (8/9), a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), considerada referência em tecnologia e inovação, foi oficialmente inaugurada. Ao ser homenageado durante a cerimônia, o professor Cláudio Milton Montenegro Campos reforçou a satisfação de coordenar a equipe que resultou em umas das estações mais completas e sustentáveis do País.
O professor Montenegro comentou que a água residuária do sistema de tratamento tem a mesma concentração das águas do Rio Grande, sendo um exemplo que pode ser seguido por outras instituições e municípios. Ele lembrou que a ETE faz parte do Plano Ambiental e Estruturante da UFLA, que tem entre seus resultados a conscientização da comunidade acadêmica. “Até mesmo o volume de água consumido no câmpus tem reduzido, prova de que as pessoas estão mais conscientes”, destacou.
“Quando lançamos o Plano Ambiental e Estruturante em 2009, muitas pessoas acharam que suas ações eram uma utopia. Hoje, seu êxito pode ser celebrado e a Estação de Tratamento de Esgoto é um grande orgulho”, comentou o reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, idealizador do Plano. Ele destacou o conjunto de iniciativas que, além de solucionar problemas históricos, servem como laboratórios para vivência prática, subsidiam projetos de pesquisa e garantem uma economia de três milhões de reais por ano à instituição, recurso que pode ser reinvestido no ensino.
Para o diretor de Meio Ambiente, professor Leandro Coelho Naves, a ETE fecha um ciclo de sustentabilidade que envolve todo o câmpus da Universidade e são determinantes para a gestão das águas. Ele lembrou que existem outras ações de grande importância, como a recuperação e manutenção das nascentes, os tratamentos físicos e químicos que garantem a qualidade da água para o consumo, o sistema para coleta de águas pluviais, os cuidados nos laboratórios para evitar a contaminação e o tratamento do esgoto com tecnologia desenvolvida na própria universidade.
Estação de Referência
A instalação da ETE, com sistema totalmente automatizado, teve sua fase concluída na gestão 2012-2016. Em um dia normal no câmpus, cerca de 80% do consumo aproximado de 700 mil litros de água segue para ser tratada e reutilizada em pontos estratégicos da UFLA. A ETE faz parte de um projeto maior, que inclui a Rede de Esgoto e Pluviais, com mais de 6 mil metros de redes pressurizadas e interceptores por gravidade, mais de 10 mil metros de redes coletoras, primárias e secundárias, além de 2,9 mil metros de adutoras de água reciclada.
O resíduo sólido proveniente da ETE é utilizado em pesquisas voltadas para a produção agrícola. Já o Biogás resultante do tratamento é utilizado como fonte de energia alternativa para operar o próprio sistema, produzindo energia elétrica ou para aquecimento do efluente.
Os próximos passos serão no sentido de colocar em operação mais duas elevatórias, ampliar o número de servidores, realizar testes e iniciar o sistema de captação, condução, armazenamento e queima dos gases gerados. Outro desafio será operacionalizar a lagoa de estabilização e viabilizar o sistema de fertirrigação já instalado nos canteiros paisagísticos da UFLA.
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