A Coordenadoria de Acessibilidade da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis e Comunitários da Universidade Federal de Lavras (Praec/UFLA) realizou nesta quarta-feira (28/9) o seminário ‘Representatividade Surda em meio a um mar de línguas faladas’ no Salão de Convenções, com o objetivo de enfatizar a campanha Setembro Azul, uma mobilização nacional na defesa das escolas bilíngue para surdos.
Coordenado pelo tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais, da Coordenadoria de Acessibilidade, Welbert Vinicius de Souza Sansao, com o apoio do Wanderson Samuel Moraes de Souza, também tradutor e intérprete, o seminário abordou a representatividade surda, o reconhecimento da Libras e as reflexões a cerca da Educação de Surdos. Na abertura da solenidade o Hino Nacional Brasileiro foi sinalizado em Libras pela aluna Danielle Almeida, da Escola Estadual Cinira Carvalho.
Durante o evento, Webert Vinícius ressaltou que é necessário colocar em prática novas ideias, criando novos projetos, a fim de tornar a UFLA mais acessível. Para o coordenador de Acessibilidade Paulo Antônio de Carvalho é de extrema importância fortalecer a acessibilidade na Universidade. Também esteve presente na abertura do evento a representante do Centro de Educação e Apoio às Necessidades Auditivas e Visuais (CENAV) Vanda Linhares Perdormo.
A pró-reitora de Assuntos Estudantis e Comunitários, professora Ana Paula Piovesan Melchiori, relatou na ocasião que será criado na UFLA o Núcleo de Acessibilidade em Libras para valorizar ainda mais essa questão. “Uma das primeiras coisas que quis fazer nessa gestão foi dar mais representatividade aos surdos, organizando ações de acessibilidade. Espero que o novo núcleo faça um trabalho contínuo na Universidade e na cidade”, comentou.
O professor Tuender Durães de Lima realizou a palestra de abertura do seminário, abordando a temática ‘Libras, uma língua que se vê’. Tuender é surdo, atualmente professor de Libras no curso superior de Pedagogia da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). “A língua materna dos surdos é a de sinais e o português é nossa segunda língua. Dados mostram que 90% dos pais de crianças surdas não tem conhecimento de Libras. É o momento de mudarmos isso, e uma das soluções é o Ensino em Libras. Fiquei fascinado com os projetos que a UFLA desenvolve na língua de sinais”, ressaltou o palestrante.
Camila Caetano – jornalista/ bolsista UFLA.