O melhoramento genético do rebanho Tabapuã do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Lavras (DZO/UFLA), de responsabilidade do Grupo de Melhoramento Animal e Biotecnologia (GMAB) e também do Núcleo de Estudos em Pecuária de Corte (Nepec), faz parte do Programa de Melhoramento Genético de Zebuínos (PMGZ) da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ) desde 2013.
“Hoje nossos animais possuem avaliação genética, gerando as DEPs (diferença esperada na progênie), ferramenta esta utilizada para determinar quais animais são melhores geneticamente e dessa forma direcionamos os acasalamentos da melhor forma possível, com o objetivo de obter ganho genético em características de importância econômica”, explica a professora do DZO, Sarah Meirelles, coordenadora do GMAB e responsável pela inserção do rebanho ao Programa da ABCZ.
Os rebanhos que fazem parte do Programa são acompanhados por um técnico credenciado na ABCZ. Na UFLA a visita é realizada duas vezes ao ano. Ocasião em que o técnico registra os animais; realiza as pesagens dos bezerros, que fazem parte do controle de desenvolvimento ponderal (CPD), e auxilia nos acasalamentos.
“Temos essa parceria, e também participamos do Programa Nacional de Avaliação de Touros Jovens (PNAT), em que recebemos por ano a doação de 30 doses de sêmen de touros jovens avaliados geneticamente, da raça Tabapuã. Esse programa é importante, pois temos material genético de alta qualidade, proporcionando uma melhoria no rebanho ao longo das gerações”, relata a professora Sarah.
A professora explica que o registro que é realizado com o apoio da Associação Brasileira possibilita a comprovação da origem do animal, assim o criador tem a garantia de que adquiriu um reprodutor puro de uma raça zebuína, que esse passou por um processo seletivo e foi inspecionado por um técnico capacitado e credenciado pela ABCZ. “Todo o animal registrado tem a vantagem de estar enquadrado nos padrões zootécnicos exigidos pela ABCZ, sendo assim já se diferencia dos demais, levando o valor que agrega por fazer parte de um rebanho registrado, já que passou pela chancela técnica na revisão a campo”, comenta Sarah.
Outra vantagem é que os rebanhos que criam animais registrados passam por uma rigorosa fiscalização inclusive de comprovação de paternidade por DNA. Somente animais registrados podem participar do programa de melhoramento.
Além disso, por meio dessa parceria os estudantes do curso de Zootecnia da UFLA têm a oportunidade de aprender a realizar as comunicações de cobertura, nascimento, pesagem, morte, e ainda saber interpretar as avaliações genéticas e utilizar, de maneira correta, esses resultados na hora de selecionar e direcionar os acasalamentos. “Além de ter contato com um técnico especializado em seleção de bovinos Zebuínos, podendo passar seus conhecimentos nas visitas e em cursos que organizamos”, complementa a professora.
Camila Caetano – jornalista/ bolsista UFLA.