Foi realizado nesta terça-feira (18/10) o Dia de Mercado em Café, evento que reuniu cafeicultores, engenheiros agrônomos, técnicos e lideranças classistas da região no município de Linhares (ES). Promovido pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Federação da Agricultura e Pecuária do Espírito Santo (Faes), o evento contou com o apoio do Centro de Inteligência em Mercados (CIM) da Universidade Federal de Lavras (UFLA).
Durante o evento foram apresentadas palestras e realizados debates com especialistas do setor sobre temas ligados à atividade cafeeira, com o objetivo de obter mais conhecimento técnico e aprimorar a gestão da propriedade.
Palestras
O coordenador de pesquisas e serviços em gestão do CIM/UFLA, Diego Humberto de Oliveira, foi o primeiro expositor e falou sobre os custos de produção no café. Ele também apresentou dados do Projeto Campo Futuro, desenvolvido pela CNA em parceria com diversas universidades. O projeto consiste no levantamento de custos das principais culturas produzidas no País. Segundo ele, o produtor rural precisa ter planejamento para administrar suas despesas na propriedade. “Dados isolados não auxiliam o produtor na tomada de decisões. O custo de produção é a informação primordial para que ele consiga comercializar sua produção a preços que remunerem sua atividade e mantenham margens favoráveis”, destacou o pesquisador.
Na sequência, o coordenador do Bureau de Inteligência Competitiva do Café do CIM/UFLA, Eduardo César Silva, abordou o tema “Terceira Onda do Café” – uma nova etapa do consumo da bebida, que engloba apreciadores cada vez mais exigentes, que buscam qualidade superior e se interessam por detalhes do método de produção, desde o grau de torra e beneficiamento, até o nome do produtor. “É um nicho que pode representar uma boa oportunidade para o produtor que atenda às exigências deste mercado”, explicou. A terceira onda veio precedida da primeira e da segunda onda, que mostram diferentes fases de consumo. Na primeira, as pessoas procuravam o café por conta do efeito estimulante causado pela cafeína, pouco se importando com a qualidade. Na segunda, há um pouco mais de preocupação com a qualidade, ainda que não fosse de alto padrão.
O terceiro palestrante foi o assessor técnico da Comissão Nacional de Café da CNA, Maciel Aleomir da Silva, que fez a palestra “A importância da informação no mercado de café”. Na sua avaliação, esse fator é essencial para a tomada de decisões na atividade. “Muitas vezes trabalhamos com fatores que não estão no controle do produtor. Mas usando a informação da forma correta, as incertezas diminuem porque temos maior possibilidade de saber a hora de tomar as decisões”, ressaltou. Segundo ele, questões como aumento da rentabilidade e aquisição de insumos estão diretamente ligadas à utilização correta da informação.
O último expositor foi o consultor Carlos Brando, sócio-diretor da P&A Marketing, que passou para os produtores as tendências e perspectivas do mercado mundial. Ele destacou que o consumo de café em 2025 pode chegar a 175 milhões de toneladas e que o Brasil será responsável por boa parte do fornecimento do produto. Segundo ele, 75% da produção mundial virão de seis países: Brasil, Colômbia, Vietnã, Honduras, Etiópia e Indonésia. Brando explicou, também, que nos últimos anos, a melhoria de renda em países com grande população, como China, Índia, Brasil e Indonésia, fez aumentar o consumo. Lembrou, ainda, que o Brasil é o maior caso de sucesso mundial na produção de café, com crescimento de 50% em 10 anos, sem expansão de área.
Texto e Fotos: Assessoria de Comunicação CNA com adaptações da Assessoria de Comunicação da InovaCafé.