Hoje, os consumidores procuram por uma alimentação de qualidade, que tenha a presença de elementos mais nutritivos e saborosos. Para atender a esse novo público é necessário cada vez mais o desenvolvimento de novos produtos alimentícios. E quando se pensa em alimentos saudáveis é difícil imaginar um doce – uma sobremesa – que atenda a esse quesito.
Pesquisadores da Universidade Federal de Lavras (UFLA) desenvolveram um sorvete à base de batata-doce com teor reduzido de gordura e açúcar. O sorvete foi produzido no Laboratório de Novos Produtos e na Planta Piloto de Processamento de Produtos Lácteos do Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA/UFLA).
Estudantes do curso de Engenharia de Alimentos, com a orientação dos professores João de Deus Souza Carneiro e Ana Carla Marques Pinheiro, conseguiram obter um sorvete aceito sensorialmente, mais nutritivo e saudável. Eles explicam que o único açúcar presente no produto é aquele encontrado nos ingredientes utilizados.
“O sorvete sabor chocolate à base de batata-doce objetivou levar ao mercado uma sobremesa saborosa, nutritiva, diferenciada, de baixo custo e reduzido teor de açúcar, sendo uma ótima opção para os consumidores”, comenta o professor João de Deus.
Em uma porção de 60g do produto há apenas 1,4 g de açúcar. Os pesquisadores informam que, de acordo com a legislação, se o produto tiver menos de 5g de açúcar em uma porção de 60g, já é considerado de baixo teor de açúcar. E para obter o sabor de chocolate os pesquisadores utilizaram 2,85% de chocolate em pó, sendo 50% cacau.
Além da pouca quantidade de açúcar, o sorvete possui uma maior quantidade de proteínas e fibras alimentares quando comparado aos sorvetes tradicionais do mercado, devido à presença de 22% de batata-doce na formulação.
Ressalta-se que a batata-doce é fonte de carboidrato e tem sido muito utilizada em preparações alimentícias por praticantes de atividades físicas, sendo mais uma opção saudável para este público e demais pessoas que possuem restrição quanto ao teor de açúcar em sua alimentação.
“O projeto realizado buscou desenvolver um novo produto visando às tendências de mercado atuais dos consumidores de alimentos, já que o mercado é carente de produtos assim. O sorvete à base de batata-doce se mostrou em conformidade com três categorias definidas pela Brasil Food Trends 2020, sendo elas: saudabilidade e bem-estar, sensorialidade e prazer; e conveniência e praticidade”, afirma a estudante Ana Cristina Freitas de Oliveira, uma das responsáveis pela pesquisa.
Os pesquisadores envolvidos nesse estudo fazem parte do Núcleo de Estudos em Novos Produtos e Análise Sensorial (Nenp) da UFLA.
Projeto do sorvete de bata doce foi campeão na Maratona da Engenharia de Alimentos
O Nenp venceu a Maratona da Engenharia de Alimentos com a exposição do projeto sorvete de batata doce. A competição, realizada neste ano, buscou incentivar a integração e a criatividade dos estudantes, além de divulgar as diferentes formas de atuação do profissional de Engenharia de Alimentos.
A maratona contou com a participação de graduandos, pós-graduandos, professores e técnicos administrativos do Departamento de Ciências dos Alimentos da UFLA.
Durante a competição acadêmica, uma banca formada por cinco professores avaliou a apresentação e o projeto de cada um dos nove núcleos de estudos vinculados ao Departamento.
Estudantes envolvidos no desenvolvimento do sorvete de batata doce: Ana Carolina Alves Moura; Ana Cristina Freitas de Oliveira; Ana Julia Santos Rodrigues; André Kazuo Kobayashi; Andrey de Oliveira Mendes; Betânia Vieira Lucinda; Camila Alvarenga Freire; Cesar de Castro Ferreira; Fernanda Paes Ribeiro Fernandes Barbosa; Hélio Júnior Alvarenga Godinho; Humberto da Silva Batista Junior; Júlia Marques Carvalho; Kenia Cristiny Ribeiro da Silva; Larissa Carolina de Morais; Letícia Fagundes Lopes; Letícia Rodrigues Silveira; Marcelo Makoto Klein Okahayashi; Maria Alice Nascimento; Mariane Bilintani Tanner; Paola Barone da Silva; Rafael Tadeu de Toledo Ramalho.
Texto: Camila Caetano – jornalista/ bolsista UFLA.
Esse conteúdo de popularização da ciência foi produzido com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais – Fapemig.