O desafio de fazer com que determinado público compreenda conceitos científicos foi um dos motivos que levou o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Eduardo Fleury Mortimer a formular a “Teoria dos perfis conceituais”. Fleury esteve na Universidade Federal de Lavras (UFLA) em 9/12, onde proferiu palestra sobre o tema durante evento organizado pelo Departamento de Ciências Exatas (DEX).
A Teoria dos Perfis Conceituais foi desenvolvida no decorrer de duas décadas, inicialmente com foco sobre o ensino de Ciências, considerando a heterogeneidade nos modos de pensar e falar encontrados na sala de aula. Por meio dessa teoria, a proposta é que palavras e expressões científicas sejam consideradas em seus vários contextos. Para um mesmo termo, há a coexistência de conceitos alternativos, inclusive frutos do desenvolvimento da própria ciência, que precisam ser considerados no processo de ensino. O perfil conceitual de um indivíduo pode ser enriquecido por meio da aprendizagem de novas zonas conceituais. Fleury conta que sua teoria já foi apropriada por diferentes áreas do conhecimento, como a música e a matemática, ganha espaço também fora do Brasil. “A teoria surgiu voltada ao ensino de Ciências, mas é um princípio geral que se aplica a diferentes campos do conhecimento”.
Antes da palestra, proferida no auditório do DEX, o professor Fleury fez parte da banca de defesa da dissertação de Mestrado de Lúcio Flávio de Castro Ezequiel (Mestrado Nacional em Ensino de Física). O tema da pesquisa foi “Análise do perfil conceitual em ciclos de modelagem: um estudo sobre o ensino do efeito doppler”. De acordo com o chefe do DEX e orientador da dissertação, professor Ullisses Leitão, a participação de Fleury na avaliação do trabalho foi fundamental. “O título da dissertação faz remissão à teoria. O fato de o professor ter elogiado a análise e contribuído para a aprovação é um indicativo da qualidade do trabalho”.