O Índice de Preços Recebidos (IPR), referente a venda dos produtos agrícolas no Sul de Minas Gerais em 2016, realizado pelo Departamento de Administração e Economia da Universidade Federal de Lavras (DAE/UFLA), divulga o último levantamento, que teve como resultado a elevação média de 12,83% no ano.
De acordo com o IPR, o grande destaque em 2016 foi a elevação dos preços dos itens pesquisados no grupo dos grãos, milho, feijão e arroz. Em média o grupo aumentou em 61,35%. O arroz teve seu preço majorado em 26%, o feijão em 79% e o milho em 48%.
“Estes produtos alcançaram preços históricos, mas reduziram o valor no passar do ano, fato normal na produção agrícola, pois este aumento ocorreu principalmente, por preços não compensadores em safra passadas, que desestimulou os produtores a manterem e aumentarem a área plantada destas culturas e condições climáticas desfavoráveis nas principais regiões produtoras”, explica o professor Renato Fontes (DAE), coordenador do índice.
Conforme o professor, é válido destacar que apesar do aumento médio geral da renda do produtor, alguns grupos pesquisados apresentaram resultados anuais não satisfatórios, como os produtores específicos de carnes e verduras, em que, perderam renda efetivamente, na exploração única destas atividades.
“O preço da carne de suínos, no mês de janeiro que estava em R$ 18,90/Kg oscilou negativamente e em dezembro caiu para R$ 14,17. O tomate é outro produto agrícola que apresentou uma expressiva queda de aproximadamente 35% no ano, fechando em R$ 3,33/Kg”, observa o coordenador.
Renato ressalta que o mercado das commodities agrícolas, pelas suas características intrínsecas, é extremamente volátil. “Variam em decorrência do clima, de fatores externos e por causa da renda dos consumidores, sendo que cada produto tem uma dinâmica na sua precificação”, complementa.
Ainda segundo o IPR, o café, a principal cultura agrícola explorada no sul de Minas Gerais, apresentou uma elevação anual de preço de 4,12%, com preços médio da saca em R$ 505,00, porém no decorrer do ano de 2016 alcançou preços históricos em torno de R$ 570,00 a saca. “O fato se deve ao mercado cafeeiro ser extremamente volátil, apresentado especulação internacional afetando a precificação desta commodity”, afirma o professor.
Camila Caetano – jornalista/ bolsista UFLA.