Tese de doutorado, apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Escola de Humanidades da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), utilizou como objeto de estudo o Plano Ambiental da Universidade Federal de Lavras (UFLA). O foco principal da pesquisa foi de compreender como a sustentabilidade vem se inserindo nas atividades das instituições e qual o maior desafio na permanência das ações.
A tese “Campus Sustentável e Educação: Desafios ambientais para a Universidade”, da pesquisadora Chalissa Beatriz Wachholz, também teve como objeto de estudo a PUCRS e a Universidad de Alcalá de Henares (UAH). A escolha por estas universidades se deu a partir da experiência de Chalissa como estudante da PUCRS e da colocação em primeiro lugar da UFLA e da UAH no GreenMetric World University Ranking, que mensura a sustentabilidade das instituições do mundo inteiro.
“Esta pesquisa teve como objetivo principal compreender como esta preocupação ambiental chegou no ensino superior, quais são as práticas de sustentabilidade realizadas pelas universidades e os fatores institucionais condicionantes a sua implementação (…) Em 2013 quando comecei a pesquisa, a UFLA já se destacava como primeira colocada entre as universidades brasileiras pelo segundo ano, com uma posição bastante significativa na classificação geral do ranking, direcionando minha atenção e dando início ao acompanhamento das ações desta universidade pela internet”, relata Chalissa em sua pesquisa.
A pesquisadora esteve na UFLA ao final de 2016 para reconhecer, na prática, as ações que havia acompanhado a distância, encerrando assim as atividades da sua pesquisa. “Tanto a escolha como objeto de pesquisa, quanto a oportunidade de conhecer o câmpus e o processo de ambientalização desta instituição foi, sem dúvida, um passo importante neste processo doutoral para que eu pudesse compreender mais amplamente as inúmeras possibilidades da ambientalização universitária”.
Melhoria da infraestrutura elétrica do câmpus; gerenciamento dos resíduos sólidos (coleta seletiva) e químicos (redução, reutilização e reciclagem); proteção das nascentes e matas ciliares; ampliação e reestruturação da estação de tratamento de água; saneamento básico e tratamento de esgoto; sustentabilidade das novas construções; prevenção e controle de incêndios e sistema de prevenção de endemias são alguns dos pontos positivos da UFLA mencionados na tese de doutorado.
No que se refere à água do câmpus, Chalissa ainda destaca que a UFLA é a “única universidade do país autossuficiente na produção deste recurso natural e conta com a Coordenadoria de Saneamento para assumir a responsabilidade direcionada ao tratamento de água e esgoto da Universidade, propondo e orientando ações que buscam a racionalização do uso da água e geração de esgoto dentro do campus. A água das nascentes do câmpus são acumuladas em duas barragens e bombeadas para uma estação de tratamento (ETA) de modelo compacto e tratamento convencional, construída no próprio campus e que garante o abastecimento de toda Universidade”.
Banca examinadora
A pesquisa realizada traz os pontos positivos do Plano, bem como as oportunidades de melhoria verificadas para a UFLA e para as demais instituições estudadas. A defesa foi realizada no dia 22 de fevereiro. A banca examinadora foi composta pelas professoras da PUCRS Isabel Cristina de Moura Carvalho (orientadora), Mônica de La Fare e Letícia Hoppe, além da professora Adelir Aparecida Saczk (do Departamento de Química/UFLA), que participou desde o início da implementação do Plano Ambiental na UFLA.
“Foi um momento ímpar participar como membro de banca examinadora do trabalho da Chalissa e poder vivenciar todas as ações ambientais da nossa Universidade. Atuo na coordenação do Laboratório de Gestão de Resíduos Químicos (LGRQ) juntamente com a professora Zuy Maria Magriotis. O Plano Ambiental e Estruturante na UFLA contou com a colaboração de toda a comunidade acadêmica (direção executiva, docentes, técnicos administrativos e de laboratórios, estudantes de graduação e pós-graduação). A expectativa é seguir com as ações já consolidadas e desenvolver novas ações, dentro do planejamento estratégico, para que a Universidade continue trabalhando no horizonte de referência em sustentabilidade pelos próximos anos”, ressalta a professora Adelir.
Texto: Camila Caetano – jornalista/ bolsista UFLA.